António Costa enaltece “belíssimo momento” da agricultura nacional
“Neste local simbólico que é Feira Nacional da Agricultura, quero expressar o grande agradecimento pelo trabalho a que os agricultores se dedicam”, sobretudo se considerarmos que a agricultura é uma “atividade muito dura, sujeita a muitas incertezas, do clima, de mercados, de contingências políticas, à escala global e nacional, de muito risco, mas que conta com gente muito rija pronta a fazer avançar a nossa agricultura e o país”, declarou o primeiro-ministro durante a visita realizada este domingo à Feira Nacional da Agricultura, em Santarém.
Para António Costa, este evento é uma “excelente mostra do grande trabalho” que os agricultores portugueses têm vindo a realizar e traduz o “belíssimo momento” da agricultura nacional “nas suas frentes mais diversas”, assumindo-se hoje como “um dos setores muito relevantes” da economia portuguesa, afirmou.
O primeiro-ministro salientou a importância que a agricultura tem na economia nacional e destacou a aposta renovada que tem vindo a ser feita no setor nos últimos anos.
“Todos nos lembramos de como há umas décadas se teve a ilusão de que era possível prescindir da agricultura” e de que havia quem defendesse que “já não havia mais lugar para a agricultura”. Porém, graças à aposta política do Governo, “felizmente agora todos têm a consciência de que valeu a pena apostar na agricultura e de que a agricultura tem futuro”, quer no domínio económico, quer no quadro do combate às alterações climáticas, da prevenção dos incêndios e do turismo.
O líder do Executivo sublinhou o potencial que a agricultura encerra enquanto fator de atratividade e valorização turísticas.
“Quando ontem tivemos, felizmente, uma série de prémios na área do turismo, estes não se devem só à qualidade da gastronomia, à simpatia das nossas gentes, ao turismo urbano, mas também à paisagem que nós temos e que é desenhada pela agricultura”, disse António Costa.
Jovens agricultores
No âmbito da visita à Feira Nacional da Agricultura, o primeiro-ministro constatou a diversidade de produtos agroalimentares e de maquinaria, o que reflete a evolução registada no setor. A presença de muitos jovens agricultores no certame também foi notada pelo líder socialista.
Nota-se, hoje, a presença de “muita gente jovem, que já não olha para a agricultura como algo de que querem fugir, mas, pelo contrário, com interesse”, salientou.
Referindo que a edição deste ano da iniciativa é dedicada ao vinho, o primeiro-ministro sublinhou que o setor vinícola tem vindo, nos últimos anos, a melhorar a qualidade dos vinhos produzidos e a bater recordes na exportação, ultrapassando, pela primeira vez, a fasquia dos 800 milhões de euros.
Acompanhado pelo ministro da Agricultura, Floresta e Desenvolvimento Rural, Capoulas Santos, o primeiro-ministro salientou que este sucesso deve-se à conciliação entre “a experiência adquirida e o saber” dos nossos viticultores.
Barragem do Pisão
O primeiro-ministro referiu-se, ainda, ao processo de construção da barragem do Pisão, na freguesia do Crato, distrito de Portalegre, considerando que o projeto constitui uma “grande oportunidade” para combater a desertificação e promover o desenvolvimento na região.
Portalegre é “o distrito que ao longo das últimas décadas mais sofreu com o despovoamento, que mais empobreceu”, pelo que a construção da barragem do Pisão é “uma grande oportunidade, através de um investimento público de muita qualidade, de poder ter uma transformação muito significativa do seu futuro”, afirmou.
O projeto tem “um poder transformador enorme em todo o Alto Alentejo, à dimensão que o Alqueva teve no Baixo Alentejo”, salientou o chefe do Executivo.
A conciliação do uso agrícola, do abastecimento de água e da produção de energia constitui uma “equação que dá sustentabilidade a um projeto desta natureza”, defendeu António Costa.