António Costa reafirma compromisso de Portugal com projeto europeu

O primeiro-ministro português fez questão de salientar que não foi por um mero acaso que a sua primeira deslocação ao exterior tivesse sido “precisamente à União Europeia”, reafirmando o “compromisso de Portugal para com o projeto europeu”, caminho que o seu Governo, como garantiu, “manterá inalterável”.

O também líder socialista referiu ainda que a formação do novo Governo em Portugal foi recebida com absoluta tranquilidade pelos parceiros europeus. “Não vejo razão para que não houvesse tranquilidade quanto à situação portuguesa, visto que temos hoje um Governo que dispõe de uma maioria parlamentar sólida que assegura estabilidade e, por outro lado, também um programa de governo que é inequívoco quanto ao compromisso da participação portuguesa no âmbito da União Europeia”, afirmou.

Cimeira UE/Turquia

O primeiro-ministro português considerou que a cimeira entre a União Europeia e a Turquia “correu muitíssimo bem”, não deixando de acentuar, por um lado, a posição “confortável” de Portugal como “velho aliado da Turquia” no âmbito da NATO e, por outro lado, por ter tido sempre uma posição “coerente” na defesa da aproximação da União Europeia à Turquia.

Quanto à crise dos migrantes, António Costa voltou a afirmar que o Executivo que lidera mantém a posição de partilha de responsabilidades, de modo a se fazer face, de forma mais equilibrada, a “esta gravíssima crise que atravessa a Europa”, não sem contudo deixar de lado, como também defendeu, o “aprofundamento dos instrumentos” de cooperação no âmbito da política de vizinhança e de adesão da Turquia à UE”.

“Seja muito bem-vindo”

Foi desta maneira e em português que o presidente do Conselho Europeu, o polaco Donald Tusk, se dirigiu a António Costa na abertura dos trabalhos da cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Europeia com a Turquia sobre a gestão dos fluxos migratórios, que ontem, domingo, teve lugar em Bruxelas.

Já numa carta enviada dias antes, Donald Tusk manifestava confiança que, nos próximos anos e sob a liderança de António Costa, Portugal possa beneficiar não só da necessária estabilidade política, mas também de uma maior coesão social, problemáticas que o presidente do Conselho Europeu classifica como necessárias para responder aos desafios que Portugal e a União Europeia têm de enfrentar, reafirmando contar com o novo primeiro-ministro português para uma “estreita colaboração”.

Também Martin Schulz, presidente do Parlamento Europeu, disse esperar poder trabalhar de perto com o primeiro-ministro António Costa, a quem disse reconhecer grande “competência” política e técnica para as funções que assumiu recentemente, lembrando que sempre trabalhou bem com todos os primeiros-ministros portugueses, mas que tem a certeza que com António Costa “trabalharei excecionalmente bem”.