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António Costa quer países ibéricos com agenda comum

António Costa quer países ibéricos com agenda comum

“Portugal e Espanha precisam de encarar a Península Ibérica como um espaço comum” e resolver questões cruciais que se arrastam entre ambos os países há pelo menos três décadas”.

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Sinais de pânico

António Costa falava como orador convidado perante uma centena de convidados num almoço de trabalho na Câmara de Comércio Luso-espanhola, em Lisboa.

O líder do PS iniciou a sua intervenção considerando contraproducente esperar que após o próximo ciclo eleitoral nos dois países ibéricos, “independentemente do resultado das eleições espanholas”, ambos os governos continuem sem resolver assuntos tão determinantes para o desenvolvimento dos dois países como as “conexões das redes de eletricidade e ferroviária”.

É “incompreensível”, disse o líder socialista, que apesar de Portugal e de Espanha estarem a beneficiar há vários anos de sucessivos quadros comunitários de apoio, continuem sem avançar na resolução de diversos dossiês que interessam a ambos os países, apontando como uma das desejáveis soluções imediatas a adoção de uma agenda comum que permita uma mais estreita e intensa cooperação dentro da União Europeia. 

Advertiu para a crise de confiança que hoje as democracias europeias atravessam, salientando que o maior desafio que se coloca “às nossas democracias” é a relação de confiança que se estabelece entre governantes e cidadãos, confiança que passa pela “credibilidade das propostas políticas que se apresentam”. É neste pressuposto de maior confiança entre quem governa e quem é governado, defendeu, que o programa eleitoral do PS se sustentará.

Apelou ao primado da política em alternativa aos anos em que a Europa tem sido governada por modelos económicos, alertando contudo para o facto de que o primado da política “não se poderá afirmar” se as políticas não forem “sustentáveis e se não passarem no crivo da exequibilidade”.

Na sua intervenção o Secretário-geral socialista explicou os objetivos políticos, económicos e financeiros do cenário macroeconómico apresentado pelo PS “Uma década para Portugal” que, não sendo o programa de Governo do PS, será contudo a “base e o enquadramento no qual será elaborado o futuro programa eleitoral”.

Portugal e Espanha têm tudo a ganhar se souberem e quiserem trabalhar em conjunto, disse ainda António Costa, e tudo a perder se mantiverem a perspetiva concorrencial com que, por exemplo, os portos mediterrâneos espanhóis encaram os portos portugueses na fachada atlântica.

Numa época em que novas oportunidades se abrem a ambos os países com o alargamento do canal do Panamá e com as mudanças no mercado energético dos Estado Unidos, só trabalhando juntos, salientou o Secretário-geral do PS, é que se poderão alcançar os êxitos que os dois países ibéricos desejam.