António Costa propõe pacto para a solidariedade
Num debate sobre políticas sociais, em Alverca, concelho de Vila Franca de Xira, António Costa voltou a contestar a concessão de apoios do Estado a instituições privadas de ensino que não são complementares das entidades de ensino público e concorrem inclusivamente com a educação pública em termos de procura de alunos.
Também reiterou que reporá nos anteriores moldes o complemento solidário para idosos e insistiu na necessidade de diversificar as fontes de financiamento da Segurança Social.
Neste ponto o líder do PS advertiu contra a “aventura” e “experimentalismo” do programa da coligação PSD/CDS com a privatização parcial da Segurança Social, ponto em que se comprometeu com o pagamento integral das pensões já formadas.
No debate moderado pela dirigente socialista e ex-presidente da Câmara de Vila Franca de Xira Maria da Luz Rosinha, o secretário-geral do PS pegou em exemplos de instituições financeiras e da bolsa para salientar os riscos inerentes ao projeto de plafonamento de parte das contribuições dos rendimentos mais altos para a Segurança Social e para defender que esse sistema de privatização também coloca em causa o próprio futuro a prazo do sistema público ao gerar uma alegada descapitalização.
“Se há algo que é muito claro neste momento é que quem quer garantir a sustentabilidade da Segurança Social e quem quer evitar aventuras e experimentalismos tem de votar no PS”, disse, recebendo palmas da assistência.
Mais tarde, declarou que, se os socialistas formarem Governo, revogarão imediatamente o diploma que cria taxas moderadoras para quem recorre ao aborto, considerando essa medida uma marca “vexatória” da coligação PSD/CDS.
“Demonstra o profundo radicalismo ideológico desta direita”, concluiu António Costa.
REFUGIADOS: PORTUGAL DEVE ASSUMIR ATITUDE PRÓ-ATIVA Tal como acontecera durante uma sessão em que respondeu a questões formuladas por internautas, o Secretário-geral do PS voltou a ser questionado neste debate realizado em Alverca sobre o drama da enorme vaga de refugiados que chega à Europa. Neste ponto, António Costa voltou a defender uma atitude “pró-ativa” de Portugal neste domínio, sustentando que até poderá trazer benefícios para o país nos planos demográfico e económico. “É preciso perceber que a vontade de muitos destes refugiados é uma vontade imparável. Essa ideia de que vamos conseguir travar os refugiados, construindo muros, é errada, e mais, é uma ideia indigna da Europa”, disse, antes de aludir aos portugueses que atravessaram “a salto” os Pirinéus na década de 60 e que se instalaram em condições miseráveis na periferia de Paris. Depois de elogiar “o consenso nacional” existente ao nível da integração de imigrantes, António Costa frisou que Portugal não tem de ir só à Europa negociar a sua dívida ou as transferências de fundos. “Há coisas que Portugal também pode oferecer à Europa, até porque é um dos países menos solicitados pelos refugiados”, disse. |