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António Costa inaugura centro de acolhimento em Loures

António Costa inaugura centro de acolhimento em Loures

O novo centro de acolhimento, em São João da Talha, Loures, foi ontem inaugurado pelo primeiro-ministro. António Costa enalteceu o forte consenso político que existe em Portugal “quanto à política de refugiados”.

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António Costa inaugura centro de acolhimento em Loures

“Tenho muito orgulho em que em Portugal tenha existido repetidamente um consenso em geral e, em especial, quanto à política de refugiados a que, Governo após Governo, tem sido possível dar continuidade sem abrir fissuras nem dar lugar ao oportunismo populista que hoje parece estar muito em voga em algumas zonas do mundo”, sublinhou o primeiro-ministro, António Costa.

A declaração foi proferida na inauguração do centro de acolhimento de refugiados, situado em São João da Talha, concelho de Loures. O novo equipamento, com capacidade para 90 pessoas, é a maior instalação dos três centros de acolhimento do Conselho Português de Refugiados e visa servir como ponto de passagem para a integração dos refugiados (sejam famílias, menores ou indivíduos adultos de ambos os sexos) na sociedade portuguesa.

Este novo centro de acolhimento vai receber muito brevemente um grupo de refugiados sírios e sudaneses provenientes do Egito e que posteriormente serão redistribuídos pelo país.

“Quando nós – que vivemos no continente e na região do continente mais rica e que mais oportunidades tem dado aos seres humanos para se desenvolverem, que é a União Europeia – ouvimos vozes reclamando e protestando contra a ideia de que a Europa tem o dever de acolher estes seres humanos, não podemos deixar de nos sentir chocados e revoltados”, declarou António Costa.

O primeiro-ministro disse, ainda, que o número de refugiados “tem vindo dramaticamente a aumentar”, sendo que muitos deles são “vítimas das guerras, das violações dos direitos humanos, das discriminações raciais, étnicas ou religiosas e das perseguições em função da orientação sexual”.

Face aos 68 milhões de refugiados que existem em todo o mundo, António Costa considera que “é uma indignidade a Europa querer discutir a sua capacidade para acolher refugiados – convém não esquecer que só a Jordânia acolhe tantos refugiados como o conjunto dos 28 Estados membros da União Europeia”, afirmou o líder do Governo socialista.

“Quando 28 Estados com o nível de desenvolvimento que a União Europeia tem, se permitem discutir se têm ou não têm capacidade de acolher refugiados, isso significa que o valor da dignidade da pessoa humana está efetivamente em causa”, exclamou António Costa.

O chefe do Governo considerou, ainda, que “não temos o direito sequer de discutir se temos ou não temos capacidade quando vemos outros países, muito mais pobres que o conjunto da UE, mais pequenos que o conjunto da União Europeia, estarem a assumir uma responsabilidade muito superior àquela que estamos a assumir”.

Nesta cerimónia de inauguração estiveram também presentes os ministros da Presidência e da Modernização Administrativa, Maria Manuel Leitão Marques, da Administração Interna, Eduardo Cabrita, bem como as secretárias de Estado Mariana Vieira da Silva e Rosa Monteiro.