“Sabemos que a guerra é sempre dramática, mas a guerra tem regras. Aqui, já não estamos a falar de uma guerra normal, mas de atos verdadeiramente criminosos”, declarou António Costa, afirmando-se “impressionado com a brutalidade do que aconteceu com as populações civis”.
Situada a cinco quilómetros a noroeste de Kiev, Irpin foi palco de uma das mais violentas ofensivas militares da Rússia na Ucrânia, sendo hoje patente, depois das Forças Armadas ucranianas terem retomado o controlo da região e com a retirada das forças russas, o grau de destruição infligido. Dos 100 mil habitantes que tinha antes da guerra, apenas cerca de 25 mil regressaram à cidade e cinco mil nunca a abandonaram, apesar da elevada destruição de infraestruturas.
Na visita, de cerca de uma hora, em que esteve acompanhado pelo secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Francisco André, o líder do Governo português percorreu áreas residenciais totalmente devastadas e escutou relatos de atos criminosos do exército russo, observando que o ataque militar à cidade “visou a pura destruição da vida das pessoas”.
“É fundamental que as investigações prossigam e que todos os crimes de guerra sejam devidamente apurados e punidos. A guerra também tem de obedecer à lei. O que aconteceu aqui foi inadmissível”, frisou.
Após a visita a Irpin, António Costa regressou à capital, Kiev, onde se reuniu com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e com o seu homólogo, o primeiro-ministro Denys Shmyhal.