O ‘Prémio Gandhi de Educação para a Cidadania’, subordinado ao tema ‘bem-estar animal’ foi entregue esta terça-feira a trinta escolas de norte a sul do país e da região dos Açores, durante uma cerimónia que teve lugar no Centro Hindu, em Lisboa.
No seu discurso, o primeiro-ministro lembrou Mahatma Gandhi como sendo “uma das figuras mais notáveis e inspiradoras” do século XX. “Foi um grande humanista, um grande lutador pela liberdade, pela tolerância, pelo respeito pelos outros e pela afirmação da força das ideias contra uma cultura de violência”, disse António Costa, referindo que a ideia de criar este prémio surgiu após ter sido convidado pelo Presidente da Índia, em 2019, para integrar o comité internacional de celebração dos 150 anos do nascimento de Mahatma Gandhi.
Assim, no sentido de perpetuar e promover “o pensamento e a obra” de Mahatma Gandhi, “entendemos que uma boa forma de o fazer era criar um prémio escolar dirigido a todos, desde os alunos do pré-escolar aos alunos do 12º ano” dos ensinos público e privado.
A escolha do tema ‘bem-estar animal’ para a primeira edição do prémio foi inspirada na frase de Mahatma Gandhi: “a grandeza de uma nação pode ser julgada pelo modo como os seus animais são tratados”. Para António Costa, “esta é uma forma de distinguir, mas, sobretudo, uma forma de participarem e de ajudarem a manter vivo o ensinamento”.
O chefe do Governo sublinhou a importância que a disciplina de Educação para a Cidadania encerra para a promoção “dos melhores valores da cidadania”.
“Estamos perante uma boa demonstração da função essencial desta disciplina curricular para ajudar ao desenvolvimento dos melhores valores da cidadania. E não há hoje cidadania que não comporte a ideia de bem-estar animal”, afirmou.
António Costa anunciou, depois, o tema da segunda edição, salientando a importância dos oceanos e o risco que enfrentam atualmente. “Os oceanos são o espaço do planeta mais ameaçado, seja pelos microplásticos, seja pelo degelo. Por isso, deve ser uma causa inspiradora para o futuro. Se queremos salvar o planeta, temos mesmo de começar por salvar os oceanos”, defendeu.
O líder do executivo deixou um convite a toda a comunidade educativa nacional no sentido de “tal como aconteceu com a primeira edição haja uma grande mobilização em torno da causa dos oceanos”, sublinhando, por outro lado, que Portugal tem “um dever muito particular”, visto que é coorganizador, com o Quénia, da próxima conferência das Nações Unidas sobre os oceanos, que terá lugar em Lisboa, em junho do próximo ano.
“Portugal, através dos oceanos, partiu para muitos destinos do mundo. E muito daquilo que hoje somos deve-se ao facto de termos sabido navegar nos oceanos”, disse.
Dirigindo-se à plateia repleta de estudantes, docentes e dirigentes escolares, o primeiro-ministro salientou que “salvar o planeta é uma missão da nossa geração”. “Se nós não o conseguirmos fazer, chegaremos a um ponto de não retorno onde não será possível à próxima geração salvar aquilo que nós não salvámos. Por isso, não deixemos para amanhã aquilo que só nós podemos fazer hoje”, concluiu António Costa.
A cerimónia contou, ainda, com a presença do ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, do embaixador da Índia em Portugal, Manish Chauhan, e do presidente da Comunidade Hindu, Kiritkumar Bachu.