António Costa em Malta para impulsionar novas lideranças e agenda estratégica europeia
Além do primeiro-ministro português, António Costa, marcaram igualmente presença nesta Cimeira, em La Valletta, os chefes de Estado e de Governo de França, Emmanuel Macron, de Espanha, Pedro Sánchez, de Itália, Giuseppe Conte, da Grécia, Alexis Tsipras, de Malta, Joseph Muscat, e de Chipre, Nicos Anatasiades.
Dos diversos temas em debate nesta reunião, que começou ao princípio da tarde e se prolongou por um jantar de trabalho, os líderes europeus dos países do Sul tinham em agenda temas tão diversos como as recentes eleições para o Parlamento Europeu, os resultados saídos da reunião informal de chefes de Estado e de Governo do passado dia 28 de maio, em Bruxelas, para além de outros assuntos, como a futura liderança da Comissão Europeia.
Um processo que tem tido o primeiro-ministro português, António Costa, como figura de primeira linha, sendo um dos negociadores do grupo de seis líderes de Estados-membros que procuram um consenso entre as três principais famílias políticas europeias (democrata-cristã, liberal e socialista) para a escolha dos futuros presidentes da Comissão, do Conselho, do Parlamento Europeu e do Banco Central Europeu.
A escolha do nome de António Costa para liderar este grupo resultou, em grande medida, do facto de o primeiro-ministro português já antes das eleições europeias de 26 de maio ter manifestado a intenção de criar uma “frente progressista” na Europa, capaz de “mudar a atual orientação política da União Europeia”, impulsionando-a a criar uma “reforma da zona euro, a reforçar a coesão entre os diferentes Estados-membros, a aumentar o peso do pilar social e a aumentar os investimentos em investigação e ciência”.
Desde há muito que António Costa tem vindo a insurgir-se contra o que classifica como “a visão conservadora” da União Europeia, sustentando que a atual política europeia “já não consegue responder às exigências da maioria dos cidadãos europeus”, razão mais do que suficiente para que se deem novos passos para uma mudança necessária dos principais protagonistas nas diferentes instituições europeias.
Esta VI Cimeira dos Países do Sul da União Europeia serviu ainda para os diversos lideres acertarem uma posição comum em torno da Agenda Estratégia 2019/2024, documento que será discutido e aprovado no Conselho Europeu, da próxima semana, em Bruxelas.
Agenda em quatro eixos
Recorde-se que o projeto de Agenda Estratégica que se encontra neste momento em discussão e que, ao tudo o indica, será aprovado em Bruxelas já na próxima semana, contempla quatro eixos principais: proteção dos cidadãos e liberdade; desenvolvimento da base económica; ambiente verde, justo e inclusivo; e promoção dos interesses e valores da Europa no mundo.
Quanto ao Quadro Financeiro Plurianual da União Europeia, instrumento que o Governo de António Costa tem considerado “decisivo para Portugal”, uma vez que ele contempla a existência de alterações em relação à atual proposta em áreas como a política de coesão e a Política Agrícola Comum (PAC), o primeiro-ministro lembrou que Portugal “continua empenhado” em conseguir um acordo dentro do prazo estabelecido pelo Conselho Europeu, de forma a garantir “o que é essencial”, que o próximo Quadro arranque atempadamente.
António Costa salientou ainda que é “primordial” que este novo Quadro Financeiro Plurianual da União Europeia reflita já claramente a ambição desejada de uma Europa, com “mais equilíbrio e justiça”.