António Costa é visitante ilustre em Buenos Aires
Na sua visita de dois dias à Argentina, o primeiro-ministro português falou com a comunidade lusa residente e descerrou uma lápide alusiva à sua presença no Clube Português, instituição que no próximo ano completa um século de existência.
No Clube Português, onde esteve acompanhado pelos ministros dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e da Economia, Manuel Caldeira Cabral, António Costa assistiu a um curto espetáculo de tango.
E referiu que com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, se inaugurou no ano passado a prática de se celebrar uma parte do 10 de Junho fora do país.
“No ano passado foi Paris, este ano foi no Brasil (em São Paulo e Rio de Janeiro) e em 2018 será nos Estados Unidos. Certamente que um dia o primeiro-ministro e o Presidente da República vão celebrar o Dia de Portugal com as comunidades portuguesas da Argentina. Esta é a terceira maior comunidade portuguesa da América Latina”, salientou o chefe do Executivo.
Quando se referiu às recentes alterações à lei da nacionalidade, dizendo: “Queremos que os vossos filhos e netos mantenham os laços com Portugal”, o primeiro-ministro recebeu muitas palmas, falando ainda da proposta do Governo socialista português para o recenseamento automático, tendo em vista reforçar a participação de emigrantes em eleições legislativas, mas também da decisão do Executivo argentino de introduzir a aprendizagem do português nos ensinos Básico e Secundário.
Fado e tango
Num discurso com forte carga emotiva, o presidente da Casa de Portugal de Buenos Aires dirigiu-se a António Costa para lhe transmitir uma mensagem.
“Gostaria que soubesse que Portugal na Argentina nunca vai morrer. Por todo este país construímos casas portuguesas”, assegurou.
De salientar que os dados oficiais apontam para um número de portugueses e lusodescendentes registados nos serviços consulares que ultrapassa os 30 mil, estimando-se, porém, que existam mais cerca dez mil sem registo.
O embaixador de Portugal na Argentina, Henrique Silveira Borges, deu sequência ao sentimento antes manifestado pelos representantes da comunidade lusa, dizendo que a visita de António Costa constituiu para eles “um forte estímulo”.
E foi neste ambiente de afetividade que o primeiro-ministro recebeu a distinção de “visitante ilustre de Buenos Aires” pela sua ação para aproximação entre as capitais portuguesa e argentina, durante uma cerimónia que decorreu na Legislatura da Cidade Autónoma.
“Tudo farei para continuar a aproximar as relações entre Buenos Aires e Lisboa e, sobretudo, entre os dois países”, declarou António Costa no seu breve discurso, no qual salientou ter encontrado fortes afinidades nas duas capitais, sobretudo no plano cultural.
“Lisboa tem o fado e Buenos Aires o tango”, disse, depois de referências aos escritores Jorge Luís Borges e Fernando Pessoa.