António Costa diz que Europa está a reagir com convergência de pontos de vista
Segundo António Costa, é percetível que a “Europa está a reagir”, como foi possível constatar na posição comum assumida pelos países da UE face a algumas das medidas tomadas pelo Governo dos Estados Unidos.
“Se pensarmos que há um ano estávamos a recear pelo futuro da Europa depois do Brexit, um ano depois, ainda com o Reino Unido, conseguirmos uma frente comum face à pressão dos Estados Unidos e à sua ação no Irão e relativamente à política comercial com a Europa, é um sinal positivo”, ilustrou.
Após a apresentação da declaração final da reunião informal dos líderes da UE e cimeira entre a União e os países dos Balcãs Ocidentais, em Sófia, António Costa defendeu que “a pior coisa que poderia acontecer era a Europa romper uma aliança ou então ter uma atitude submissa relativamente a um parceiro com o qual se tem de relacionar de igual para igual”.
E assinalou como positivo não ter havido “fraturas nem divergências quanto ao essencial”, ao nível dos 28.
O líder do Executivo português afirmou ainda que a UE vai manter “a atitude de diálogo que deve existir entre parceiros, amigos e aliados”, ressalvando, porém, que a Europa “não aceitará medidas unilaterais que atinjam diretamente a economia e as empresas europeias”.
Quanto ao Irão, precisou que a União vai “continuar a cumprir” o acordo que permitiu o congelamento do seu programa nuclear, acordo que foi assinado pelos Estados Unidos, mas denunciado recentemente.
Já no que diz respeito à ideia de um rápido alargamento da União aos países dos Balcãs Ocidentais, considerou não ser este um ponto chave da ordem do dia, até porque, avisou “é preciso sermos realistas” e “arrumar a casa” antes.
Refira-se que a cimeira entre a UE e os países do Balcãs Ocidentais (Albânia, Bósnia-Herzegovina, Sérvia, Montenegro, antiga República jugoslava da Macedónia e Kosovo) destinou-se a reafirmar a pertença destes países à família europeia, a reforçar as ligações infraestruturais, digitais e humanas entre ambos e a trabalhar mais proximamente para enfrentar desafios comuns como a segurança, as migrações e as relações de boa-vizinhança.
Na ocasião, António Costa destacou a importância do dossiê da conectividade na energia, transportes e no digital
Nesta deslocação de dois dias à capital búlgara, o primeiro-ministro português foi recebido pelo seu homólogo Boyko Borisov, encontrando-se também com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.