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António Costa destaca importância e potencial da diáspora portuguesa no mundo

António Costa destaca importância e potencial da diáspora portuguesa no mundo

A diáspora portuguesa é uma “poderosa rede global” que o país tem de ser “capaz de articular”, disse o primeiro-ministro. António Costa considera que “é importante que comunidades portuguesas possam ter uma relação forte entre si”.

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António Costa destaca importância e potencial da diáspora portuguesa no mundo

“Esta aproximação [entre as comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo] é de extrema importância. O conjunto destas redes [da diáspora] é uma poderosa rede global que temos de ser capazes de articular, desde logo, dentro dos novos espaços económicos regionais”, disse o primeiro-ministro, António Costa, este sábado, no Porto, durante a sessão de abertura do I Congresso Mundial de Redes da Diáspora Portuguesa.

O primeiro-ministro salientou a importância de reforçar a coesão e melhorar a articulação entre as comunidades portuguesas perante os tratados regionais.

“Quando, na América do Norte, se constitui a NAFTA [Tratado Norte-Americano de Livre Comércio]”, é importante que comunidades portuguesas possam ter uma relação forte entre si”, e o mesmo quando, “na América do Sul se organiza o Mercosul [Mercado Comum do Sul]”, disse António Costa.

O líder do Governo salientou que os novos acordos constituem oportunidades para as comunidades portuguesas, aos quais importa estar atentos, e avançou alguns exemplos.

“Quando, ainda recentemente, se abriu o espaço económico africano”, tal “foi uma enorme oportunidade para as comunidades portuguesas residentes nos diversos espaços de África se articularem entre si”.

“De cada vez que a União Europeia [UE] celebra um acordo de comércio livre com o Canadá ou o Mercosul, é uma extraordinária oportunidade para perceber que a presença de Portugal na UE e a presença de cada um de vós em cada um desses espaços económicos cria um enorme espaço para desenvolvermos e reforçarmos as relações entre todos”, referiu.

António Costa sublinhou a importância que a diáspora portuguesa encerra para o país em diversos domínios, o que, para António Costa é uma “realidade absolutamente essencial” a “valorização do contributo da economia da diáspora”, nomeadamente, no crescimento das exportações portuguesas.

O primeiro-ministro destacou, ainda, algumas iniciativas desenvolvidas, nomeadamente a nova lei da nacionalidade, “que agilizou a obtenção de nacionalidade portuguesa por parte dos netos das comunidades mais antigas”, e o recenseamento eleitoral automático.

O trabalho que tem vindo a ser realizado no “reforço dos vínculos” com as diversas comunidades portuguesas, quer pela realização de importantes “atos simbólicos”, tal como a celebração do Dia de Portugal foram do território nacional, quer através de medidas concretas, nomeadamente ao nível da “modernização dos serviços administrativos” junto das comunidades e o desenvolvimento de 157 gabinetes de apoio ao emigrante, a par da “valorização da língua” e da cultura, foram outras matérias salientadas por António Costa no seu discurso, onde referiu, ainda, o programa ‘Regressar’, no âmbito do qual foram criados mecanismos de “apoio e incentivo” para “quem deseja regressar” a Portugal.

“Especial solidariedade” aos portugueses na Venezuela

Na sua intervenção, o primeiro-ministro dedicou também “uma palavra especial de solidariedade” aos portugueses e lusodescendentes que estão na Venezuela, onde as “convulsões políticas” têm criado um contexto muito difícil naquele país.

“Permitam-me dar uma palavra especial de solidariedade a todas e a todos aqueles que integram a comunidade portuguesa na Venezuela pelas dificuldades que tem passado nestes últimos anos”, disse.

Segundo António Costa, o Governo português tem vindo a fazer um “grande esforço”, designadamente através do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, para garantir a segurança da comunidade portuguesa num “contexto muitíssimo difícil”.

“O essencial é garantir, mesmo a esta distância, que Portugal está cá para garantir a segurança dos portugueses, estejam eles onde estiverem”, afirmou.

O primeiro-ministro referiu-se também às “vicissitudes políticas” do ‘Brexit’, que vieram trazer “angústia e incerteza” aos portugueses que residem no Reino Unido.

“E, nesse sentido, tem sido muito importante o trabalho que, para além do quadro das negociações entre a União Europeia e o Reino Unido, temos estabelecido diretamente de uma relação bilateral com as autoridades britânicas”, avançou.

O líder do Governo revelou que na passada sexta-feira, dia 12, o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, assinou com a Câmara de Londres um acordo de apoio específico à comunidade portuguesa para responder às suas necessidades.

“Também aqui nós temos de dizer que estamos sempre presentes. É nos momentos de grande dificuldade que a palavra solidariedade ganha importância e maior sentido”, sublinhou.