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António Costa denuncia mentira e embuste do Governo

António Costa denuncia mentira e embuste do Governo

O Secretário-geral do PS acusou ontem o Governo da direita de ter criado, a poucas semanas das eleições legislativas, "a mentira" e o "embuste" de que os contribuintes iriam receber 35% do total da sobretaxa de IRS em 2016.

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António Costa denuncia mentira e embuste do Governo

António Costa, que falava num encontro plenário de militantes da FAUL, no Cinema São Jorge, referia-se à mais recente estimativa de que a devolução da sobretaxa de IRS em 2016, de acordo com a fórmula de cálculo da Direção Geral de Contribuições e Impostos, será afinal de zero.

O líder socialista não deixou passar em claro os mais recentes ataques feitos ao PS pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho. “Quando os ouço falar em fraude, só me lembro daqueles eleitores que acreditaram nas notícias que foram dadas a poucas semanas das eleições, segundo as quais a gestão financeira tinha sido tão boa, que o país tinha os cofres tão cheios, que 35% da sobretaxa de IRS seriam recuperados pelos contribuintes”.

Para António Costa, “tratou-se de uma mentira, porque afinal hoje sabe-se que não se vai recuperar nem um cêntimo da sobretaxa de IRS. Isso foi uma mentira, foi um embuste. Temos de mudar de política”.

Reação da direita tem sido destemperada

Por outro lado, o Secretário-geral do PS criticou as declarações levianas que o chefe do Governo e a ministra das Finanças andam a fazer em Portugal e no estrangeiro. “Felizmente já nem os mercados financeiros dão ouvidos ao primeiro-ministro e à ministra das Finanças”.

Após o Parlamento ter reprovado o programa de Governo da coligação PSD/CDS, “a reação da direita tem sido destemperada”, disse.

“Apesar dos grandes esforços que Passos Coelho e Maria Luís Albuquerque têm feito, temos ouvido a Comissão Europeia com uma posição serena – e só impaciente por não haver condições de haver um Governo que apresente um Orçamento -, temos ouvido palavras de tranquilidade do insuspeito ministro das Finanças alemão sobre o processo político em Portugal, e temos o presidente do Eurogrupo e as agências de rating tranquilos”, acrescentou.

Na atual conjuntura política do país, frisou António Costa, “só não estão tranquilos aqueles que não perceberem que, depois de perderem a maioria nas eleições, também não foram capazes de criar condições para governar”.

Para o Secretário-geral do PS, “aquilo que verdadeiramente enfurece a direita é perceber que, quando derrubámos o muro da esquerda, quando acabámos com esse tabu da esquerda, tal significou que as possibilidades de que os portugueses passaram a dispor para a formação de governos são agora maiores e, acima de tudo, que o PS não está condenado ou a ter maioria absoluta ou a servir de muleta para a governação da direita”.

Numa curta intervenção que antecedeu o discurso de António Costa, o presidente da FAUL, Marcos Perestrello, afirmou que o Presidente da República não pode “empatar mais” e deve indigitar o Secretário-geral socialista, António Costa, para formar Governo. No mesmo sentido foi a intervenção de Duarte Cordeiro, líder da Concelhia de Lisboa.