António Costa defende soluções conjuntas para problemas comuns
Ao defender a solidariedade que “todos devemos partilhar” no espaço comunitário na difícil gestão da crise dos refugiados e no seu acolhimento, o chefe de Governo português garantiu a Angela Merkel que “Portugal quer ser parte ativa de apoio à solução” deste problema comum.
“E fá-lo-emos cumprindo as missões de proteção da nossa fronteira externa, mas também fazendo face aos desafios que se colocam em matéria de acolhimento”, assegurou, reforçando a ideia de que Portugal não só honrará os compromissos assumidos nesta matéria, como “numa base bilateral, estará disponível para colaborar com os países que, neste momento, estão a sofrer uma maior pressão”.
Antes da conferência de Imprensa, António Costa tinha já adiantado que ofereceria à chanceler alemã apoio na integração de refugiados, nomeadamente para receber estudantes de nível superior e proporcionar emprego no setor agrícola.
Essa colaboração é uma “excelente oportunidade” para o nosso país, ao manter alunos nos politécnicos e universidades, “onde por via do efeito demográfico têm vagas”, disse, apontando ser esta também uma “oportunidade para o setor agrícola, onde há falta de mão-de-obra” que tem sido preenchida com migrantes nomeadamente de origem asiática.
“Podemos ter soluções ganhadoras para todos”, sublinhou António Costa, referindo-se à possibilidade de a Alemanha aumentar as importações de produtos agrícolas, pelo que Portugal poderá produzir mais e empregar mais pessoas.
Integrar 3 mil refugiados no ensino superior e profissional
Entretanto, e a este propósito, o ministro-adjunto informou que um levantamento feito pelo Governo permite prever que Portugal possa acolher 2 mil refugiados no ensino superior e mil nas escolas profissionais.
O levantamento “já feito, quer no ensino superior universitário quer politécnico, permitirá passar de 150 para dois mil estudantes” refugiados a acolher, adiantou Eduardo Cabrita, que falava no final de uma visita à Escola de Penela, ocasião em que contactou com as crianças sírias e sudanesas que estão há três meses a viver neste concelho do distrito de Coimbra.
Segundo o ministro, este acolhimento no ensino superior vai contar com “alojamento, aulas de português e noutros casos com frequência de aulas em inglês”.
Quanto às escolas profissionais, também foi feito um levantamento nacional, que irá permitir ao nosso país “acolher, numa primeira fase, perto de mil estudantes” nessas mesmas escolas.