António Costa convida parceiros a promoverem um trabalho diário de diálogo social
Intervindo esta manhã em Lisboa, na abertura da conferência “Moldar o Futuro”, iniciativa organizada pela Confederação Empresarial de Portugal (CIP), o primeiro-ministro, depois de defender que só o investimento “continuado e persistente” permitirá resolver os “bloqueios estruturais” da economia portuguesa, voltou a chamar a atenção para o Plano Nacional de Reformas, sustentando tratar-se de uma iniciativa que “não é só do Governo”, mas que tem de ser assumida pelo “conjunto da sociedade”, uma agenda, como acentuou, para a década que foi pensada e estruturada para “transcender esta legislatura”.
Para António Costa, é da “maior importância” que seminários como este sejam organizados pelos parceiros sociais, sendo este um dos caminhos, como defendeu, que podem e devem ajudar a estruturar uma “estratégia comum” de desenvolvimento do país.
Uma estratégia coletiva de desenvolvimento, que na opinião de chefe do Governo, tem de passar, designadamente, por se conseguir inverter o “inaceitável cenário” de 10% dos contribuintes que declaram rendimentos do trabalho se encontrem “abaixo do limiar da pobreza”.
Um quadro de privação, como aludiu António Costa, que tem de “ser erradicado”, a par da pobreza infantil, objetivos que só serão alcançados, como sustentou, “se não repetirmos o erro de diagnóstico” sobre quais são os verdadeiramente “problemas estruturais” do país.
E um desses erros, como salientou o primeiro-ministro, é “andarmos há anos” a rever a legislação laboral, sendo esta “a boa altura” para que todos em conjunto “possamos trabalhar para a estabilizar”.
Neste sentido, para o também líder do PS, há que “assegurar e proteger” o valor da concertação social, sem nunca perder de vista, como defendeu, que este entendimento terá de se desenvolver ao nível da contratação coletiva e do “diálogo social” em cada empresa.