António Costa aprofunda diálogo sobre reformas na zona euro
Não escondendo que se estes dois temas aproximam os dois governos, há outros que os afastam, lembrando António Costa a este propósito a visão divergente de ambos os países quanto ao quadro financeiro plurianual, ou, ainda, sobre a reforma do euro.
Depois de lembrar que a Finlândia vai assumir a presidência da União Europeia no segundo semestre do próximo ano, o primeiro-ministro considerou ser esta mais uma boa oportunidade para que os dois países aprofundem ainda mais a sua “excelente relação de cooperação”, designadamente, “ao nível do Conselho Europeu”, não evitando, contudo, como aludiu, o debate sobre o que “nos divide”.
Para António Costa, se há matérias relativamente às quais as posições dos dois países “não são totalmente convergentes”, outras há onde essa convergência é clara, recordando a este propósito os casos das políticas de migrações ou da PAC, aqui, em particular, como fez questão de sublinhar, “sobre o segundo pilar referente ao desenvolvimento rural e sobre a importância de se dar uma nova atenção às áreas florestais”.
Posições divergentes e caminhos alternativos, muitas vezes para se chegar ao mesmo objetivo, são realidades que para o primeiro-ministro fazem parte integrante desde sempre da construção europeia, aludindo António Costa que, quando se está “perante parceiros de boa-fé e empenhados”, é a “falar que as pessoas se entendem”.
É neste registo de diálogo aberto e franco que o primeiro-ministro defende que os Estados-membros da União Europeia têm de continuar a trabalhar, devendo, como defendeu, “fazer um esforço comum” de aproximação de posições para que a UE tão depressa quanto possível tome as decisões necessárias e inadiáveis, quer em relação à área do euro, quer no que respeita “ao quadro financeiro plurianual”.
Sobre a reunião de mais de uma hora que manteve com o seu homólogo finlandês, o político conservador Juha Sipila, o primeiro-ministro garantiu que o encontro decorreu num ambiente “muito aberto e sincero”, onde cada um “procurou sempre compreender as posições do outro”, uma atmosfera de verdadeiro diálogo que para o líder do Governo português deve ser o exemplo a seguir pelos restantes Estados-membros para que todos “se sintam partes iguais”.
Visita à Nokia
Antes deste encontro na residência oficial, o primeiro-ministro tinha já visitado em Alfragide, no concelho de Oeiras, na companhia do seu homólogo Juha Sipila, as novas instalações da multinacional finlandesa Nokia, no edifício “Conhecimento”, um novo equipamento destinado à área da investigação e que constitui, como reconheceu António Costa, um projeto simbólico de como os dois países podem trabalhar em conjunto, “apesar de estarmos nos dois extremos norte e sul da Europa”.
A este propósito, o primeiro-ministro manifestou a sua convicção de que Portugal e a Finlândia têm todas as condições para aprofundar as suas relações bilaterais, designadamente, como referiu, em áreas como a “cooperação entre universidades, biotecnologia e economia do mar”, destacando sobretudo a vertente da “experiência, conhecimento e capacidade finlandesa ao nível da gestão das florestas”.