Alternativa à austeridade trouxe confiança aos cidadãos e crescimento à economia
Intervindo num debate na capital alemã, promovido pelo Partido Social Democrata alemão (SPD), o Secretário-geral do PS e primeiro-ministro, António Costa, relembrou o trabalho importante que o Governo e os partidos que o apoiam parlamentarmente têm vindo a empreender em Portugal, devolvendo “confiança aos portugueses e aos agentes económicos”, salientando que os excelentes resultados que o país hoje apresenta, quer do ponto de vista económico, quer em relação ao avanços nas políticas sociais, foram possíveis de alcançar apesar de assomarem de uma “solução política inédita”.
Depois de recordar as críticas que na altura os partidos da direita em Portugal, PSD e CDS, dirigiram à proposta política do Governo e dos parceiros de esquerda, de que conduziria o país à “irresponsabilidade orçamental”, o Secretário-geral do PS lembrou que, pelo contrário, como hoje está provado pelos excelentes resultados económicos e sociais que o país apresenta, com o maior crescimento do PIB neste século e níveis de desemprego historicamente baixos, quem provou estar certo foi o tempo de “virar a página da austeridade”, devolvendo rendimentos aos portugueses.
O líder socialista lembrou a este propósito que o crescimento económico em Portugal atingiu em 2017, 2,8% do produto, “o maior deste século”, permitindo pela primeira vez desde a adesão à moeda única que Portugal “voltasse a convergir com a União Europeia”, ideia reforçada por António Costa com outros números que atestam a saúde que a economia portuguesa hoje respira, desde o investimento privado que aumentou 9%, as exportações que subiram mais de 8%, enquanto o desemprego baixou para os 6,8% e a redução do défice para os 0,7%, “o valor mais baixo da história da nossa democracia”.
“É este o caminho que vamos continuar a seguir”, garantiu o líder socialista e primeiro-ministro, com saldos primários positivos que “nos têm permitido reduzir o elevado endividamento que herdámos” da direita, confirmando que esta “combinação virtuosa” entre crescimento económico e criação de emprego “é essencial para a obtenção de contas públicas saudáveis”.
António Costa lembrou ainda neste encontro em Berlim, promovido pelos sociais-democratas alemães, que “metade do défice” em Portugal foi reduzido graças quer à diminuição dos pagamentos nos subsídios de desemprego, quer no aumento das contribuições para a Segurança Social dos “novos empregados”, sendo que esta diminuição do défice, mas também da dívida, tem permitido reduzir igualmente o “diferencial de financiamento”, o que permite às empresas portuguesas investir e aumentar a sua competitividade , “tornando-se mais inovadoras e criando mais e melhores empregos”.
Confiança nas empresas alemãs
O Secretário-geral do PS teve ainda ocasião para reafirmar a confiança que o Governo que lidera tem nas empresas alemãs que operam e investem em Portugal, lembrando que a Alemanha “é o maior investidor industrial no país”, o que, aliás, se confirma mais uma vez, como salientou, pelo facto de “só nesta última semana duas grandes marcas alemãs, a Siemens e a Volkswagen, terem já anunciado novos investimentos em Portugal”, propondo a criação de “empregos altamente qualificados” nas áreas da digitalização e do desenvolvimento de software.
Para António Costa, o importante é prosseguir o reforço da confiança dos cidadãos e das empresas nacionais nas instituições democráticas e aumentar a sua “crença na União Europeia”, manifestando contentamento pelo facto de os portugueses depositarem maior confiança nas instituições democráticas, com um nível de satisfação que passou dos 15%, de há cerca de cinco anos, para os atuais 70%”.