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Alinhar políticas com a Europa para uma década de crescimento sustentado

Alinhar políticas com a Europa para uma década de crescimento sustentado

“Queremos, pelo menos por uma década, continuar sustentadamente a crescer acima da União Europeia e para isso temos de dar continuidade a esta política”, afirmou António Costa, este sábado, em Matosinhos.

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Alinhar políticas com a Europa para uma década de crescimento sustentado

O Secretário-geral do PS, António Costa, esteve este sábado, dia 16, em Matosinhos, num almoço com militantes socialistas que contou também com o cabeça de lista do PS às eleições europeias, Pedro Marques.

“Há três anos, foi o PS que disse que era possível estar na Europa e na Zona Euro e romper com a austeridade, apostando no emprego como a grande prioridade da política económica”, disse António Costa.

“É preciso ter a memória bem viva”, pois “houve quem dissesse que não, que o diabo vinha aí e que não seria possível alcançarmos o que já alcançámos para Portugal”, recordou o líder do governo socialista.

“Há três anos, uns diziam: ‘Para romper com a austeridade temos de sair da zona euro’, ao passo que outros defendiam que, ‘se queremos manter-nos na zona euro, temos de continuar subjugados à austeridade’”, lembrou ainda António Costa, acrescentando que “foi o PS que disse ‘não!’ Que é possível estar na Europa e na zona euro e romper com a austeridade”.

“Temos de dar força a esta mudança iniciada há três anos em Portugal”, defendeu o Secretário-geral do PS, sublinhando que, “pela primeira vez desde que aderimos ao euro, tivemos em 2017, em 2018 e estamos a ter em 2019, um crescimento superior à média europeia”.

O êxito das políticas do Governo socialista é reconhecido por todos, “desde o FMI [Fundo Monetário Internacional] às agências de ‘rating’, à Comissão Europeia e até em alguma direita dizem que Portugal é grande exemplo de sucesso” e estas entidades “até acham que o sucesso é tanto que até devíamos ir mais longe do que nos comprometemos”, referiu o chefe do Executivo.

“A nossa ambição continua”, garantiu o dirigente socialista, pelo que “queremos, pelo menos por uma década, continuar sustentadamente a crescer acima da UE e para isso temos de dar continuidade a esta política”, declarou.

Um novo contrato social

António Costa defendeu, ainda, que é fundamental “erradicar a desigualdade mais profunda, que é a desigualdade de género”.

Para o líder dos socialistas, a desigualdade de género “tem de acabar e vai começar também a acabar nestas eleições”. Por isso, a lista do PS às eleições europeias é “totalmente paritária”, quer em termos da sua composição, “em metade por mulheres e em metade por homens”, quer porque “vai intercalando sistematicamente homens e mulheres para garantir que a paridade existe também na eleição”, especificou António Costa.

O líder do Governo afastou a ideia de que “as Europeias não têm a ver com o nosso dia a dia” ou “que somos um país médio que conta pouco”, pois aqueles que pensam assim “estão enganados. Não é por acaso que este país teve sempre presidências marcantes, que tem conseguido ter portugueses nas mais altas funções, como é o caso do ministro das Finanças na presidência do Eurogrupo”, referiu António Costa.

O Secretário-geral reafirmou a intenção de implementar um “novo contrato social na Europa” e considera que a campanha eleitoral não pode ser “uma corrida de ‘soundbites’ e ataques pessoais”.

“Não nos apresentamos numa corrida de ‘soundbites’ e ataques pessoais. Apresentamo-nos com um programa comum com os socialistas da Europa e do qual faz parte um novo contrato social na Europa”, defendeu Costa.

O programa eleitoral do PS representa “uma forte agenda social que aposte e dê prioridade à educação para todos”, bem como “à formação profissional e ao longo da vida para todos os adultos”, com vista a “capacitar todas as pessoas para as tarefas e a economia de amanhã”. Trata-se de uma “agenda assente no crescimento e no emprego” e de “uma agenda que não acredita que nada se faça fechando de novo as fronteiras”, sublinhou António Costa.

“É investindo na cultura e na ciência que temos as bases da sociedade do conhecimento”, pelo que é investindo nestas áreas “que podemos ter um crescimento sustentado. A inovação foi o que permitiu recuperar os setores do têxtil, do calçado ou a indústria agroalimentar”, destacou o chefe do Governo, referindo ainda que Portugal “está a conseguir crescer sustentado nas exportações e não nos baixos salários”. Ou seja, “estamos a crescer e não é porque temos os trabalhadores a ganhar menos”, destacou.

Ainda sobre o programa eleitoral do PS, o líder socialista referiu que existe “uma agenda para a sustentabilidade” de modo a responder ao “desafio das alterações climáticas”.

“Hoje, a Europa faz-se da governação a vários níveis, local, nacional e europeu. Temos de alinhar as políticas em todos estes níveis. A descentralização de competências em matéria de transportes foi decisiva. Temos de alinhar também a política europeia pelos mesmos objetivos”, avançou.

Ganhar força na Europa

Perante os militantes e simpatizantes socialistas que participaram neste encontro em Matosinhos, António Costa acentuou a necessidade e vantagens de o PS ganhar “força na Europa” de modo a que a União possa “ter uma nova orientação política”.

É preciso uma “grande mobilização” nesta campanha eleitoral, por forma a que estas eleições “não sejam as eleições em que os outros ganham à custa da abstenção, mas em que o PS ganha à custa da votação dos portugueses na lista do PS”, apelou o Secretário-geral socialista.