AFIRMA SCHAUBLE
Trata-se de uma opinião valiosa, diria mesmo preciosa, pois é a Alemanha que fala, considerada a locomotiva da Europa. E também insuspeita, porque Schauble duvidava da capacidade do Governo português para levar a carta a Garcia. Chegou mesmo a afirmar que Portugal só tinha andado bem até ao Governo PS. Mas, perante a evidência dos factos, ou melhor, dos números, mudou de opinião. Quando se erra, não se deve persistir no erro. Corrigir é a atitude certa. Foi o que o ministro alemão fez. Revelou seriedade política e isenção também porque, sendo de uma família política diferente, soube reconhecer o mérito da nossa governação socialista.
Na entrevista ao Expresso, Schauble salienta que Portugal reduziu o défice orçamental, a economia voltou a crescer, e mais pessoas encontram trabalho, o que constitui um grande sucesso de que os portugueses se podem orgulhar. A honestidade política exibida pelo ministro alemão das Finanças não é, infelizmente, extensiva à nossa oposição. Julgar o Governo por Pedrógão Grande e Tancos, a que nenhum país está a salvo, como fazem Assunção Cristas e Passos Coelho, e não pelos progressos impressionantes que Portugal fez, é um sinal claro de desonestidade intelectual, de fanatismo e incompetência. Mas o que faz e diz a gente menor não nos deve atormentar. Os portugueses, e esses é que contam, estão gratos a António Costa e ao seu Governo pela obra feita. Todas as sondagens dão uma maioria expressiva ao PS e uma delas, a da Aximage, coloca os socialistas no limiar da maioria absoluta. As autárquicas vão confirmar já, e por certo, a alta cotação que o PS tem no eleitorado.
Schauble, felizmente, não fez como Passos Coelho e Assunção Cristas – para estes, por o Governo português ser socialista, está sempre tudo mal, mesmo que esteja bem! Daí eu ter falado há pouco em gente menor. O reconhecimento internacional pelo sucesso do nosso país foi também partilhado por Moscovici, o comissário europeu dos assuntos económicos, que nos visitou, recentemente, para acompanhar a evolução positiva da economia portuguesa. Moscovici, honra lhe seja, foi o primeiro europeu a referir os progressos de Portugal com António Costa.
O líder do PS disse, no sábado, que a mudança está a acontecer e que um número, cada vez maior, de portugueses e portuguesas beneficiam dela. Falou, nomeadamente, no maior crescimento económico do século XXI, no melhor défice da democracia, assinalou o aumento das pensões em agosto, a baixa do desemprego e o aumento do salário mínimo. O país está, inegavelmente, melhor. As evidências são difíceis, e por vezes impossíveis, de negar.