Acordo é importante mas não deve iludir o problema de fundo
“Nós não podemos ter um excesso de ilusões com o que representa este acordo”, sublinhou António Costa numa conferência de Imprensa em Bruxelas, no final de uma cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Europeia, na qual os 28 e a Turquia chegaram a um compromisso, após “um esforço muito grande feito por parte de todos, tendo em vista uma rápida implementação deste acordo a partir já do próximo domingo”, 20 de março, disse.
O primeiro-ministro realçou que o acordo agora celebrado “assegura proteção internacional a quem dela carece”, em particular vítimas da guerra na Síria, “permite responder à situação de crise humanitária que se vive na Grécia”, garantindo-lhe solidariedade por parte de todos os Estados-membros, e permite ainda controlar a rota dos Balcãs.
Mas António Costa fez questão de frisar que, “obviamente, este acordo não resolve o fundo do problema, que é a manutenção da situação de guerra na Síria, situações de perseguição ou conflito armado noutros países”, lembrando que há também refugiados eritreus, afegãos, iraquianos.
No entanto, o primeiro-ministro defendeu que “este acordo vale por si, é muito importante”, e não quer “de modo algum diminuir a sua importância”, mas reiterou que “não deve ser visto com a ilusão de que o problema está resolvido”.
António Costa adiantou ainda que todos os Estados-membros vão ajudar a Grécia no “esforço muito significativo” de processar os pedidos de asilo feitos por refugiados, no âmbito da aplicação do acordo com Ancara.