Acordo com setor social permite mais 80 mil consultas e 13 mil cirurgias
“As Misericórdias são uma força muito grande em todo o país, uma expressão muito grande do movimento de solidariedade que existe entre todos e são um colaborador imprescindível do Serviço Nacional de Saúde”, afirmou.
Os protocolos de colaboração ontem assinados, envolvendo as Misericórdias de Esposende, Fão, Felgueiras, Lousada, Marco de Canaveses, Póvoa de Lanhoso, Riba d’Ave, Valpaços, Vila do Conde e Vila Verde, visam dar resposta às necessidades de listas de espera cirúrgica e de aumento da oferta em áreas fortemente carenciadas, melhorando e assegurando o acesso aos cuidados de saúde da população, maioritariamente idosa, através de uma resposta de proximidade.
Estes 10 acordos celebrados permitiram contratar mais de 80 mil consultas e 13 mil cirurgias, entre ambulatórias e convencionais, envolvendo um montante global de 35 milhões de euros.
O primeiro-ministro catalogou a iniciativa como determinante e necessária para “responder a algo que é absolutamente necessário”, salientando que esta é mais uma iniciativa que vem provar que existe, desde há muito tempo, uma “imprescindível colaboração” entre o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e a União das Misericórdias, que engloba 400 núcleos espalhados por todo o território nacional, voltando António Costa a referir que o documento agora assinado entre o Estado e as 10 Misericórdias da região Norte conclui, por um lado, a “revisão dos acordos estabelecidos em 2011”, e, por outro lado, prolonga esta colaboração “até ao final de 2021”.
“Apelo a todos que se inspirem neste exemplo para que o possamos multiplicar. Há 400 Misericórdias no país, por isso há mais 390 às quais podemos alargar este protocolo e desenvolver este trabalho em parceria, porque juntos teremos mais força para enfrentar este vírus que é um desafio fundamental para a sobrevivência de cada um de nós e do conjunto da sociedade”, disse.
Manter o esforço até à concretização da “luz ao fundo do túnel”
Apontando que se começa a vislumbrar “uma luz ao fim do túnel” nesta luta que o mundo enfrenta há quase um ano contra o novo coronavírus, numa referência aos sucessivos anúncios de que a ciência está próxima de descobrir uma vacina contra a Covid-19, António Costa insistiu, contudo, na ideia de que por enquanto a postura que os portugueses terão de continuar a adotar é a mesma que a DGS tem vindo a recomendar desde o princípio desta crise de saúde pública.
Particularmente em relação à medida de confinamento que começou neste último fim-de-semana e que será estendida para o próximo, o primeiro-ministro, não deixando de reconhecer que se trata de “uma medida dura” mas também “essencial” para travar o crescimento da pandemia, apelou aos portugueses para que mantenham “o esforço” e a seriedade como têm enfrentado esta crise de saúde pública, voltando a referir que começa a haver uma “fundada esperança” de que a ciência “vai ser capaz de disponibilizar e a indústria de produzir uma vacina efetivamente eficaz”, não se sabendo ainda se este avanço, como acrescentou, “está por meses ou por um ano”.