Acentua-se o fosso de expetativa de vida entre ricos e pobres
Estes dados são há muito do conhecimento dos especialistas, que lembram em inúmeros estudos nacionais e internacionais, que os pobres, para além de viverem com menos rendimentos, estão também a perder terreno em anos de vida.
Isto mesmo nos diz um recente estudo norte-americano quando afirma que a longevidade é determinada pela classe social a que se pertence e pelo nível económico, sendo esta uma diferença maior do que as diversidades existentes entre homens e mulheres e entre as várias regiões do país.
Mas esta realidade era há pouco mais de quatro décadas atrás muito diferente. Com efeito, no princípio dos anos setenta do século passado, um homem de 60 anos da classe média superior poderia viver em média mais 1,2 ano que um homem da mesma idade da classe média baixa, um valor que se alterou de forma absoluta, com as estatísticas a afirmar que com o virar do século a esperança de vida do homem rico em relação ao pobre passou de pouco mais de um ano para 5,8 anos.
Segundo os especialistas ainda difícil apontar uma razão principal, mas sempre vão sugerindo algumas respostas. Desde logo o cigarro, que ajudou nas últimas décadas a aumentar a disparidade, com o fumo a ser responsável por entre um terço e um quinto da diferença de expetativas de vida entre homens com formação superior e mais educados nos malefícios do cigarro e os homens com habilitações académicas mais baixas e menos sensíveis aos danos causados pelo fumo.
O nível de literacia na saúde é igualmente apontado como uma das causas de maior longevidade entre os mais ricos e os mais pobres, com as pessoas com mais recursos a adotarem estilos de vida saudáveis mais cedo, porque percebem os efeitos que isso terá nas suas vidas.
Um outro aspecto diferenciador referido diz respeito aos benefícios nos apoios sociais, designadamente ao nível das pensões, que mostram uma desproporcionalidade acentuada entre ricos e pobres, uma vez que estes vivem menos para os poder receber.