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Acabar com a lógica suicida do Governo

Acabar com a lógica suicida do Governo

O PS não se bate contra a realidade, bate-se sim contra aqueles que, face a uma realidade mais “favorável”, teimam em conduzir o país para um beco sem saída”, garantiu o presidente do Grupo Parlamentar do PS.

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Acabar com a lógica suicida do Governo

Em entrevista concedida à SIC Notícias, Eduardo Ferro Rodrigues defendeu ser urgente “acabar com a lógica do suicídio do país” e recusou conceder qualquer mérito ao modelo de austeridade implementado pelo Governo PSD/CSD com o alto patrocínio da troica.

Apontou que o mérito esteve, isso sim, do lado de algumas empresas de sectores tradicionais que, durante a crise, souberam superar as dificuldades e apostar no mercado externo e na exportação.

Neste contexto, Ferro Rodrigues lembrou que as políticas de direita levaram a um aumento brutal da emigração e do desemprego e ao empobrecimento dos portugueses e do estado português.

“Aquilo que me choca mais é que o Fundo Monetário Internacional venha a Portugal e seja incapaz de fazer uma leitura cabal da nossa realidade”, criticou o líder da bancada socialista ao contrapor as apreciações feitas pela equipa técnica do FMI com as conclusões do último estudo do Parlamento Europeu.

“Parece que estamos em dois planetas diferentes”, vincou, salientando que este ano existe um conjunto de condições que permite um enquadramento externo diferente da situação portuguesa, nomeadamente, a descida do preço do barril de petróleo, a queda histórica das taxas de juro mediante a intervenção do Banco Central Europeu e a quase paridade do euro face ao dólar.

Mas, para Ferro Rodrigues, o que é verdadeiramente importante e “altamente preocupante” é que a delegação técnica do FMI continue, mesmo assim, a pedir mais austeridade, isto é, um aprofundamento da linha que se tem seguido nos últimos anos.

Além disso, referiu, “assistimos a um aumento da dívida pública nos últimos quatro anos” e a badalada redução do défice “foi conseguida à custa de uma diminuição fortíssima da capacidade dos serviços do Estado e de um aumento de impostos como nunca tinha havido na história”.

Quanto às propostas do PS para Portugal, Ferro Rodrigues lembrou que o partido apresentará a seu tempo um quadro macroeconómico que está a ser preparado em detalhe e que responderá às inquietações trazidas a público sobre políticas de fiscalidade e controlo da despesa pública. Porém, sublinhou que a solução para o país não passa apenas por estas duas variáveis.

“É preciso pôr o país a crescer economicamente, conseguir quer investimento quer desenvolvimento, e essa é certamente uma aposta socialista para os próximos quatro anos”, declarou.

Questionado sobre as últimas sondagens, Eduardo Ferro Rodrigues fez delas uma apreciação positiva, sublinhando que o PS mantém um avanço de cinco pontos percentuais face à coligação PSD/CDS.

Parece ser este um “ótimo sinal”, concluiu.