A Via da Esquerda

No entanto, face ao discurso prevalecente sobre “Bruxelas” e as imposições da maioria conjuntural neoliberal que ainda prevalece nas instituições, era fundamental fazer prova dos valores democráticos da União. O governo português fê-lo com relevante êxito como o demonstram as decisões do Parlamento Europeu de 8 de Novembro e da Comissão Europeia de 16 de Novembro.

Na sua reunião de 16 de Novembro o colégio de Comissários da UE decidiu não suspender autorizações ou pagamentos de fundos a Portugal, aprovar o Orçamento de 2017 e prognosticar a saída do País ainda este ano do procedimento de deficit excessivo.

Tudo isto foi possível porque o Governo, os seus parceiros e a sociedade portuguesa em geral, conseguiram cumprir os compromissos orçamentais estabelecidos no quadro dos Tratados, mantendo o foco das políticas nas pessoas, na recuperação do rendimento das famílias e na valorização do potencial humano e empresarial nacional, contrastando com a fobia dos cortes cegos e sem sensibilidade social da maioria de direita que o antecedeu.  

Começam hoje na Guarda, as Jornadas Parlamentares do Partido Socialista, sob o tema muito oportuno da valorização do território e do relançamento da economia. Como Deputado europeu saúdo os meus colegas do Parlamento Nacional e partilho com eles um desafio. O desafio de em conjunto continuarmos a desvendar os novos trilhos da esquerda, adaptados ao contexto da sociedade da informação e do conhecimento, e refletidos na prioridade dada à convergência entre o País e a restante União Europeia e entre o litoral e o interior do nosso território.

Há uma via da esquerda para o desenvolvimento global, europeu, nacional e local. Continuar a trabalhar para que se reforcem e confluam é um enorme desafio e uma mais-valia da nossa proposta política.