A verdadeira praga é a política deste Governo
Duas curtas intervenções feitas já na fase final do último debate sobre o Estado da Nação desta legislatura, na Assembleia da República, mas que deixaram as bancadas da maioria PSD/CDS à beira de um ataque de nervos, a julgar pelo coro de protestos que interrompiam as intervenções dos deputados socialistas.
O também membro do Secretariado Nacional do PS, João Galamba, dirigindo-se a Passos Coelho, disse que “insulto é mentir reiteradamente e tentar voltar a fazê-lo para as eleições de 2015. Isso sim senhor primeiro-ministro é que é um insulto”.
Na sua intervenção, o deputado socialista afirmou que “esta maioria não quer ser avaliada por tudo o que fez, mas serão mesmo avaliados por tudo o que fizeram nestes quatro anos”.
Já sobre as previsões macroeconómicas definidas pelo atual Governo constantes num documento denominado de estratégia orçamental, de agosto de 2011, o qual apresentava os objetivos de legislatura, João Galamba disse que “falharam em tudo”, lembrando que o Produto Interno Bruto (PIB) tem agora menos 13 mil milhões de euros do que as previsões então feitas, há menos 300 mil empregos, temos menos 6,7 mil milhões de euros de investimento, as exportações estão 5,5 mil milhões de euros abaixo das previsões e a dívida, mesmo com todas as alterações de perímetro, aumentou mais de 30 pontos percentuais.
Depois, foi a vez da deputada Ana Catarina Mendes reagir à referência de Pedro Passos Coelho, durante o debate que travou com Ferro Rodrigues, sobre as “dez pragas socialistas”.
Para a também líder da Federação de Setúbal do PS, “a verdadeira praga é a política deste Governo, com resultados socialmente dolorosos”, dando o exemplo de “muitos pais e mães sem dinheiro suficiente para dar de comer aos seus filhos”.
Governo vendeu o país ao desbarato
Face a tudo o que ouviu nas intervenções do chefe do Governo, Ana Catarina Mendes concluiu que Passos Coelho “está em estado de negação”.
A deputada socialista acusou ainda o Governo da direita de ter “vendido o país ao desbarato”, sublinhando que “não é o PS quem o diz, mas o relatório do Tribunal de Contas sobre as privatizações. Este Governo tenta fazer crer que a sua atuação ao fim destes quatro anos é um mito urbano, mas não foi”.
Na sua intervenção, Ana Catarina Mendes defendeu que agora é a vez de os portugueses julgarem o executivo de Passos Coelho, que induziu políticas recessivas por opção própria e não por causa do programa de assistência financeira, acrescentando que “também foi por opção própria que este Governo negociou em Bruxelas um novo corte nas pensões de 600 milhões de euros”.