A UE não terminou mas terá que recomeçar
O Presidente do Grupo Parlamentar do Partido Socialista está convencido que “não foi bom que vencesse o não à Europa”. Os resultados do referendo realizado no Reino Unido revelam que “esta Europa não satisfaz os cidadãos em geral, por razões diferentes mas sobretudo nos aspetos de legitimidade democrática e nos seus resultados económicos e de bem-estar”.
“Não foi evitada uma rotura grave”, destaca Carlos César que antevê dois caminhos para a União Europeia: “Ou a Europa muda nos planos da legitimidade democrática da sua governação, e nos planos económico, social, de bem-estar e de coesão territorial, ou os cidadãos procurarão um pouco por todo o lado alternativas por mais arriscadas e desconhecidas nos seus efeitos que sejam. Temo, porém, que o poder político europeu em geral e da zona euro, estejam aprisionados nas atuais inércias”.
O líder parlamentar socialista considera que “a União Europeia não terminou mas terá de recomeçar, reformulando quer a sua arquitetura interna, quer a sua relação externa desde os aspetos de mercado aos de segurança”. Um desafio “enorme” para Portugal, “nesta fase de transição”, de forma a “acautelar os interesses portugueses e a realinhar as suas relações estratégicas e bilaterais com o Reino Unido. Bem se justificava a criação de uma estrutura de missão no Governo exclusivamente concentrada nesse trabalho”, afirma Carlos César.