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“A POBREZA NÃO É UM FADO DOS PORTUGUESES”

“A POBREZA NÃO É UM FADO DOS PORTUGUESES”

O Instituto Nacional de Estatística (INE) revelou recentemente que a população em risco de pobreza ou exclusão social em Portugal atingiu, em 2014, mais de 2,8 milhões de pessoas, tendo-se registado um agravamento da pobreza entre as mulheres.

Opinião de:

“A POBREZA NÃO É UM FADO DOS PORTUGUESES”

Ainda de acordo com o INE, 28,1% do universo das mulheres residentes em Portugal encontrava-se, em 2014, em risco de pobreza ou exclusão social, o que significa que mais de 1,5 milhões de mulheres (concretamente 1.531.774 mulheres) foram atingidas pelo flagelo da privação ou da discriminação social, tendo-se assim registado um aumento de 0.7% face ao ano anterior (2013).

Estes dados do INE vêm reforçar os indicadores estatísticos de várias fontes que apontam para o gradual aumento e maior agravamento da pobreza em Portugal desde 2011.

Os dados do INE revelam ainda que, no ano passado, 25,7% dos residentes em Portugal viviam em privação material e 10,6% em situação de privação material severa. Ou seja, não conseguem satisfazer necessidades tais como o pagamento de rendas, ter carro, televisão ou máquina de lavar roupa ou, mesmo, poder comer uma refeição de carne e peixe de dois em dois dias.

Por seu lado, o professor Carlos Farinha Rodrigues (ISEG), responsável pelos principais estudos sobre a pobreza em Portugal, afirmou recentemente que “se não houvesse apoios sociais, cerca de metade da população estaria em risco de pobreza”, considerando que as principais razões para este drama estão relacionadas com “a perda de apoios como pensões de sobrevivência, reformas e outras transferências sociais de suporte à família, educação, habitação, doença ou desemprego”. Quanto à propaganda da coligação PSD/CDS-PP sobre a existência de alguns sinais de recuperação económica, a perspetiva do professor do ISEG é a de que a situação da pobreza continuará a agravar-se caso não sejam tomadas medidas urgentes. “É pior do que há dez anos, o que pede decisões políticas ao mais alto nível”, conclui o professor Carlos Farinha Rodrigues.

A pobreza e as desigualdades não são inevitabilidades às quais os portugueses se devem sujeitar. O aumento da exclusão social e da pobreza não é um dano colateral (como a coligação tenta fazer crer), nem um fado que está reservado para o destino dos portugueses. Existem causas e responsáveis pelo flagelo que afeta quase três milhões de concidadãos. Está demonstrado por vários estudos científicos elaborados por entidades credíveis e independentes que as opções políticas do Governo PSD/CDS-PP dos últimos quatro anos constituem as principais causas do agravamento da pobreza e exclusão social no nosso país. 

O país está perante a forte possibilidade de inverter a tendência registada nos últimos anos de aumento e agravamento da pobreza e exclusão social em Portugal. Torna-se, para isso, urgente e necessário encetar uma mudança de políticas governativas que, conforme está inscrito no programa eleitoral do PS, coloque as pessoas no seu epicentro, pois só assim será possível combater a pobreza e a exclusão social, cujas principais vítimas continuam a ser as mulheres e as crianças. E simultaneamente promover o bem-estar e o desenvolvimento de todos os portugueses.