“A nação está empobrecida e o povo português enfraquecido”
O líder parlamentar do PS acusou hoje o primeiro-ministro de não fazer mais do que “propaganda irrealista” com “ameaças de regresso ao passado”, considerando que “a nação está empobrecida e o povo português enfraquecido”.
Na sua intervenção no debate do Estado da Nação, Ferro Rodrigues acusou o primeiro-ministro de fazer um discurso “dejá vu” de “propaganda irrealista” para encobrir os “sete pecados capitais” resultantes da sua política de “empobrecimento do Estado da Nação” e de “enfraquecimento” das pessoas.
À ideia de que com o PS no poder, o país conheceria um regresso ao passado, Ferro Rodrigues contrapôs que foi o atual Governo quem levou o país ao passado em indicadores como a pobreza, o desemprego ou a emigração. “A taxa de pobreza é igual há de 15, a taxa de desemprego igual à de há 20 anos e o investimento ao nível de há 30”, afirmou, concluindo que “a nação está empobrecida e o povo português enfraquecido”.
“Essa imagem laranja e azul do país, que os senhores das duas bancadas ensaiaram nos últimos dois dias, é desmentida logo nas últimas 24 horas”, denunciou, apontando notícias na comunicação social de hoje sobre o estado do défice da balança comercial, o crédito mal parado, as dívidas à Segurança Social, a “regressão” no nível de vida da generalidade dos portugueses ou a taxa de população emigrada.
Acusando o primeiro-ministro de ter vencido as últimas eleições legislativas com base “na mistificação e na mentira política”, Ferro Rodrigues denunciou os “sete pecados capitais”, referindo-se à pobreza e desigualdade, ao desemprego, aos serviços públicos, à queda do investimento público e privado e aos “escândalos que estão aí a aparecer nas privatizações”.
“O Estado português está hoje muito diminuído pela perda de confiança dos portugueses nas instituições e dos próprios agentes em funções de soberania no seu próprio papel”, acusou ainda o líder da bancada do PS, referindo-se às polémicas com os militares, polícias e diplomatas.
Ferro Rodrigues criticou também “o juízo acéfalo com o que se passa com a Grécia”, acusando Passos Coelho de estar “ao serviço da construção de obstáculos a qualquer entendimento”.