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A esperança voltou

A esperança voltou

Há momentos na vida política em que o sentido de responsabilidade se mede não apenas pela força das convicções, mas também pela maturidade das decisões. O Partido Socialista atravessa um desses momentos. A decisão, anunciada pelo Secretário-Geral, de adotar uma abstenção exigente no Orçamento do Estado é, antes de mais, um sinal de sentido de Estado.

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Acção socialista

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O «Ação Socialista» é o jornal oficial do Partido Socialista, cuja direção responde perante a Comissão Nacional. Criado em 30 de novembro de 1978, ...

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Opinião de:

É uma demonstração de que o PS sabe colocar o país à frente das conveniências partidárias — garantindo estabilidade política sem abdicar de rigor, exigência e ambição social.

Num tempo em que a polarização e o ruído se confundem com ação, a opção socialista é a de quem quer construir, não destruir. Não sendo um “cheque em branco” ao Governo, é uma exigência ativa, que impõe ao Executivo a obrigação de ouvir o país real — o país de quem trabalha todos os dias, de quem vive com dificuldade e de quem já deu uma vida inteira ao serviço de Portugal. O PS não se demite da sua função de vigilância e crítica construtiva, mas compreende que o país precisa, antes de tudo, de previsibilidade e confiança.

Esta atitude revela coerência com a tradição socialista: a de um partido reformista, profundamente comprometido com a justiça social e com o equilíbrio institucional. Não se trata, como alguns querem insinuar, de “facilitar a vida ao Governo”. Trata-se, antes, de garantir que Portugal não entra numa espiral de instabilidade que tudo bloqueia e nada resolve. Num cenário político fragmentado, o PS posiciona-se como a força moderadora e responsável, que sabe dialogar e exigir, apoiar quando faz sentido e criticar quando é necessário.

Mas se o sentido de responsabilidade nacional se afirmou no plano parlamentar, também no plano local o Partido Socialista deu uma demonstração de força, de vitalidade e de proximidade. As eleições autárquicas de 12 de outubro mostraram um PS vivo, renovado e profundamente enraizado nas comunidades. José Luís Carneiro leu com lucidez e serenidade os resultados: reconheceu que há sempre espaço para melhorar — como em qualquer organização democrática —, mas sublinhou que o Partido Socialista voltou a ser uma grande força do poder local democrático.

De facto, o PS reafirmou a sua liderança em câmaras municipais e assembleias de freguesia, mantendo a confiança de milhões de portugueses. Fê-lo não através da demagogia ou da promessa fácil, mas através de um trabalho sério, consistente e próximo das populações. Em muitas terras, as equipas socialistas apresentaram-se renovadas, com novas caras e novas ideias, mas com a mesma matriz de compromisso com o bem comum. Essa renovação — geracional e política — é talvez o sinal mais encorajador destas eleições: mostra que o PS continua a ser um partido de futuro, capaz de atrair talento, energia e dedicação à causa pública.

O Secretário-Geral do PS foi claro: as vitórias alcançadas são mérito do trabalho quotidiano de milhares de autarcas que, em freguesias, municípios e comunidades intermunicipais, fazem da política um exercício de serviço. Essa é, há quase meio século, a marca distintiva do PS: a proximidade, a descentralização, a confiança nas pessoas. O socialismo democrático constrói-se nas ruas, nas escolas, nas associações, nas juntas e câmaras onde se resolvem os problemas concretos da vida das pessoas.

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