A direita falhou em todas as previsões e os portugueses deram razão ao PS
Para Mariana Vieira da Silva, que interveio ontem na Assembleia da República, na apresentação do programa do Governo, se alguma dúvida ainda subsistisse sobre os bons resultados, quer económicos quer sociais, alcançados pelo Executivo socialista na anterior legislatura, basta atentar, como salientou, no expressivo apoio dado pelos eleitores ao PS nas mais recentes eleições legislativas.
Com efeito, e segundo a ministra de Estado e da Presidência, caíram por terra todas as teses dos “profetas da desgraça” da direita, quando há quatro anos, na altura em que o XXI Governo Constitucional tomou posse, preconizavam um vendaval de desgraças para o país, acusando os socialistas de “apostarem numa estratégia errada que teria consequências desastrosas”.
A direita falhou, ao longo dos últimos quatro anos, todas as previsões sobre as propostas e as políticas apresentadas pelo Governo do PS, incluindo, como acrescentou a ministra, quando sustentava a ideia, que ia contra a própria realidade, de que o Governo apenas pensava no imediato, no dia seguinte ou “no dia-a-dia”.
A ministra da Presidência referiu ainda que o discurso da direita “era enganador”, designadamente, como sintetizou, quando se viu sem argumentos sérios para criticar as políticas do Governo, enveredando então por uma outra estratégia que passou pela acusação da dificuldade em executar as medidas propostas, tese que, segundo apontou, também ruiu pela base quando as “principais medidas do programa foram sendo concretizadas, uma a uma”.
Na sua intervenção, Mariana Vieira da Silva falou também sobre o futuro, lembrando os eixos fundamentais traçados pelo Governo para os próximos quatro anos, medidas estruturantes que constam do programa do Executivo socialista e que passam, nomeadamente, por planos estratégicos que procuram “responder aos problemas estruturais do país e às necessidades do quotidiano dos portugueses”, como a de uma renovada dinâmica demográfica, o combate a todos os tipos de desigualdades, a luta contra as alterações climáticas e, ainda, a transição digital.
Bolsas renováveis e maior justiça social
A ministra de Estado e da Presidência teve ainda ocasião para se referir a uma outra medida contida no Programa do XXII Governo Constitucional, onde se defende que os alunos que beneficiem de uma bolsa de ação social no ensino secundário possam vir a renová-la quando entrarem para o ensino superior, cenário que só se manterá caso a sua situação económica e a da sua família se mantenha, continuando deste modo a justificar o apoio do Estado.
Já em relação às políticas de combate às desigualdades de rendimento, Mariana Vieira da Silva lembrou que o Governo do PS, tal como está inscrito no seu programa, vai trabalhar no sentido de criar um sistema de incentivos para as empresas que reduzam as desigualdades salariais, não deixando, pelo contrário, como garantiu, de “penalizar as que tenham leques salariais excessivamente desiguais”.
De acordo com a ministra, o Governo socialista prevê também aumentar as deduções fiscais em sede de IRS, “em função do número de filhos”, e avançar com o “complemento-creche”, no valor de 60 euros mensais e que será atribuído a “todos os portugueses que tenham filhos nas creches” a partir do segundo filho, estando ainda o Executivo preparado, como garantiu, para aumentar o Complemento Solidário para Idosos (CSI), cujo valor deve subir para o “limiar de pobreza”, bem assim como “acentuar a progressividade do IRS”, através da revisão dos escalões.
A ministra referiu-se ainda à questão demográfica, defendendo que não existe uma “varinha mágica” para acabar de um dia para o outro com tendências de décadas a nível demográfico, tendo ainda mencionado, a este propósito, o facto de se ter registado em 2018 um saldo migratório em Portugal de mais de 11 mil pessoas, relembrando a promessa do primeiro-ministro de que o Governo vai criar um “título temporário de curta duração” que permita a entrada legal no país de imigrantes, “com o objetivo de procurar o primeiro emprego”, para além de o Governo pretender também “simplificar os processos de obtenção de vistos e autorizações de residência”.