A direita e o sofrimento dos Portugueses
Parece que a direita prefere que os juros sejam insustentáveis do que melhorar, ainda que pouco, o nível de vida dos mais desfavorecidos.
Parece que a direita prefere a destruição económica e social do nosso país do que aceitar que se possa tentar outro caminho.
Parece que a direita prefere a destruição de todo um esforço coletivo de gerações a deixar que um parlamento legitimamente eleito ponha em marcha uma política diferente.
Prefere a direita o quê? A adoção de uma única doutrina? Não devia a direita ajudar Portugal? Porque quer a direita o sofrimento dos Portugueses?
Precisamos de uma nova “revolução” para que o capitalismo deixe de ser antropófago?
A esquerda pode parecer que anda sempre de braço no ar a reivindicar, mas pelo menos reivindica para o bem comum e não para o bem de alguns.
Não me posso esquecer de duas notícias que vi, 62 pessoas que estavam reunidas em Davos, que possuem o equivalente ao que têm 3,6 biliões dos mais pobres. Volto a repetir, não são 3,6 milhões, são 3.600.000.000 de pessoas, almas, sofrimento, angústia, desolação, sede e fome.
O capitalismo em que vivemos é um potentíssimo acelerador das desigualdades e da antidemocracia.
Em Portugal, 9 em cada 10 alunos que chumbam são de famílias mais carenciadas. Ou seja, 90% dos alunos que chumbam pertencem a famílias carenciadas. É isto que queremos? Voltar ao antigamente, cerceando as oportunidades e os talentos por razões económicas? Quem não percebe que estamos a cavar um enorme buraco negro está cego. E o pior cego é aquele que não quer ver que o capitalismo tal como o vivemos nos irá levar ao caos.
Aqui não incluo o capitalismo social dos países nórdicos, do qual sou um acérrimo apoiante e defensor. Olhemos para eles, principalmente a Finlândia, a Suécia e a Dinamarca que conseguem ter um equilíbrio quase perfeito entre o desenvolvimento económico e a justiça e igualdade social.
Chego à conclusão de que a direita, por razões ideológicas, além de querer o sofrimento dos portugueses, quer castigá-los por se atreverem a pensar diferente e a sentir diferente. Por quererem uma vida diferente.