Na sequência das notícias conhecidas na quarta-feira, a propósito de o relatório da Inspeção Geral das Atividades em Saúde (IGAS) ter confirmado pelo menos a morte de um cidadão durante a greve dos técnicos do INEM, Mariana Vieira da Silva disse que ficou claro que “o Governo não soube gerir” esta greve, tendo dado origem a “trágicos acontecimentos”.
Por isso, “o Partido Socialista vai chamar com caráter de urgência a ministra da Saúde ao Parlamento”, porque considera que é tempo da governante “assumir as suas responsabilidades políticas”, asseverou.
Neste processo, a ministra da Saúde “já responsabilizou toda a gente; as administrações hospitalares, o anterior Governo, as direções do INEM, todos os profissionais de saúde, já responsabilizou até utentes, já responsabilizou a sua secretária de Estado e, desta vez, resolve que a responsabilidade é de dois trabalhadores do INEM”, lamentou a socialista.
Mariana Vieira da Silva defendeu que chegou o momento de a ministra “não se esconder nem atrás dos técnicos, nem atrás da sua secretaria geral, nem da sua anterior secretária de Estado”, assumindo as suas responsabilidades.
A vice-presidente da bancada do PS recordou quando, há poucos meses, a titular da pasta da Saúde “disse que gastava 70% do seu tempo com a gestão do INEM”. “Ora, com 70% do seu tempo na gestão do INEM não só não conseguiu resolver nenhum problema, como ainda nem sequer conhecemos o plano para a refundação do INEM”, apontou.
PM é corresponsável por manter ministra da Saúde
Mariana Vieira da Silva enumerou os problemas que o INEM tem enfrentado ao longo dos últimos 14 meses: “Foram, primeiro, as sucessivas mudanças na sua liderança; foi depois uma insistência, durante meses, em não abrir o concurso dos helicópteros para a emergência médica; finalmente, esta greve que teve uma consequência trágica, hoje já aprovada neste relatório da IGAS”.
Para a socialista, a opção de Luís Montenegro em ter “mantido esta ministra da Saúde corresponsabiliza o primeiro-ministro por tudo aquilo que tem acontecido no INEM”.
“É uma irresponsabilidade a gestão de um instituto como o INEM desta forma”, garantiu.