Pedro Vaz recordou, durante o debate requerido pelo Livre para a constituição de uma comissão de inquérito ao apagão energético, que já tinha colocado, no debate de urgência do passado dia 30 de abril, uma série de questões “muito concretas” ao ministro da Presidência sobre o apagão.
Lembrando que, na altura, o governante pediu para a bancada do PS enviar as perguntas por escrito, garantido que responderia brevemente, Pedro Vaz revelou que, “até ao dia de hoje, houve zero respostas do Governo”, uma prática que é “absolutamente normal” por parte deste Executivo.
“Temos um Governo que opta pela opacidade, que diz que quer esclarecer e não responde”, lamentou o socialista, enumerando uma série de situações: “As listas dos hospitais com urgências fechadas desapareceram do acesso público; as listas de espera nas cirurgias desapareceram da Internet; os dados sobre a imigração do Observatório da Imigração também desapareceram; e, neste caso, os relatórios que o Governo já tem sobre o apagão que também não os torna públicos, ao contrário do que aconteceu com o Governo espanhol”.
“É muito importante a transparência de quem nos governa”, vincou o parlamentar, que assegurou que a bancada do PS continuará a trabalhar para, “em vez de um Governo de propaganda, termos um Governo de responsabilidade”.
PS quer grupo de trabalho sobre apagão
Pedro Vaz salientou que o Partido Socialista “tem tido uma doutrina de garantir que os inquéritos parlamentares apenas existam em situações absolutamente extraordinárias”, prática que segue “quando é Governo e quando é oposição”.
Este comportamento contrasta com a direita parlamentar, “que sempre que tem maioria propõe comissões parlamentares de inquérito para tudo”, denunciou.
Defendendo que as comissões permanentes são suficientes para fazer o apuramento dos factos, o deputado revelou que o PS “irá apresentar, no âmbito da Comissão de Ambiente e Energia, um grupo de trabalho para discutir os eventos relativamente ao apagão”.