À saída da reunião do órgão deliberativo máximo do Partido entre congressos, que decorreu no passado sábado, em Lisboa, Carlos César destacou a “larga maioria” com que foi aprovada a sua proposta de calendário eleitoral, considerando que tal resultado “significa que o PS tem uma consciência muito apurada da necessidade de, nesta fase, reativar a sua liderança, torná-la legítima e efetiva”.
O objetivo, realçou, passa por assegurar que o PS possa, em conjugação com os restantes órgãos que já se encontram eleitos, “travar com sucesso estas próximas batalhas eleitorais, que dizem respeito às autarquias locais”.
Após assumir a liderança interina do PS com a saída de Pedro Nuno Santos do cargo de Secretário-Geral, Carlos César falou aos jornalistas, numa ocasião que aproveitou para referir que a realização do congresso não é “uma urgência”.
Neste particular, sustentou que os socialistas precisam de fazer “uma reflexão mais continuada, mais pausada e, talvez, mais longa” sobre o que o partido “tem de fazer”.
Neste sentido, Carlos César adiantou que, após as eleições autárquicas, “e quando a liderança que, entretanto, for eleita entender mais adequado”, deverão realizar-se as eleições para delegados ao Congresso do Partido Socialista.
Candidatura de José Luís Carneiro é “forte e agregadora”
Ao indicar o próximo dia 12 de junho como a data limite para apresentação de candidaturas à liderança do partido, o Presidente socialista considerou a proposta encabeçada por José Luís Carneiro como “forte e agregadora”.
“Tudo indica que o novo Secretário-Geral será José Luís Carneiro, ou pelo menos que o candidato assim mais forte, mais consolidado, mais conhecido, será ele”, declarou Carlos César, descrevendo o único candidato até agora confirmado para disputar a liderança do PS como “uma pessoa com provas dadas”.
“É uma pessoa que conhece, não só profundamente o partido, como a sociedade portuguesa, como as diferentes áreas do poder. E, representará, sem dúvida, se for eleito, com muita dignidade e com muita eficiência o Partido Socialista”, sublinhou.
Reforçando que José Luís Carneiro dera provas anteriormente de ter “o perfil necessário e adequado”, o Presidente do PS apontou que este candidato tem pela frente o “grande desafio de renovar essas suas provas positivas na liderança socialista”.
“É um líder efetivo, que tem um mandato a cumprir”, disse, assinalando que esse mandato será “complementado com a realização do Congresso e com as eleições para delegados”, que ocorrerão “no último trimestre deste ano ou no primeiro trimestre do próximo”.
Carlos César não exclui, também, que venha a ser necessário fazer “algum ajustamento em alguns órgãos nacionais”, para que o novo Secretário-Geral “tenha maior intimidade, maior cumplicidade com a equipa executiva que estiver com ele”.
PS viabilizará Governo da AD
Questionado sobre a governabilidade do país e o papel que o partido terá no quadro político-parlamentar emanado das Legislativas de 18 de maio, Carlos César afirmou que não deve haver dúvidas de que o PS viabilizará o futuro Governo da AD.
“Como de resto aconteceu há um ano e com uma votação inferior da coligação liderada por Luís Montenegro”, precisou, vincando que os socialistas são confrontados atualmente com uma “situação similar à legislatura anterior”.
“E se na legislatura anterior o partido vencedor teve uma votação inferior à que teve nesta, o natural é que o Partido Socialista, tendo viabilizado o anterior executivo da AD, viabilize este também”, reforçou, insistindo na necessidade de não restarem dúvidas a este respeito e remetendo o Orçamento do Estado para a próxima liderança do PS.
Quanto aos “atos subsequentes”, antecipou, “caso a caso veremos”.
Já sobre outras dúvidas que possam surgir, quer no restante do universo partidário, quer na Presidência da República, Carlos César garantiu que “o Partido Socialista tem a resposta para todas elas”.