Falando no final da Comissão Nacional do partido, em Lisboa, que formalizou a aprovação do calendário interno para a eleições do novo Secretário-Geral e a sua passagem de testemunho, Pedro Nuno Santos referiu que continuará a fazer, como o fez em toda a sua vida, intervenção política, encerrando-se, contudo, o seu ciclo na “vida política partidária”.
Sobre a reflexão a tirar do resultado das eleições legislativas, o ex-líder socialista notou que se podem encontrar “explicações mais simples e imediatas”, colocando a responsabilidade “no candidato, nas listas, no projeto, no discurso ou nas medidas”, defendendo, contudo, que “há uma análise muito mais profunda que tem que ser feita”.
“O Partido Socialista governou 22 de 30 anos, foram anos muito importantes nos governos do Partido Socialista, de transformação social e económica do país, mas nós não podemos ignorar que há uma quantidade muito grande de portugueses que sentem que a sua vida está a marcar passo. Enquanto não conseguirmos que essas pessoas acreditem que as suas vidas podem de facto melhorar, nós não vamos recuperar a confiança das pessoas”, afirmou.
Para Pedro Nuno Santos, há “um trabalho de reflexão muito grande” a fazer, que implica “reconhecer o que correu bem e reconhecer o que correu mal”. “Só recuperaremos a confiança dos portugueses quando os portugueses sentirem que nós percebemos o que é que correu mal”, antecipou.
“Havendo apenas uma candidatura [à liderança – de José Luís Carneiro], pelo menos até este momento, o Partido Socialista não fica e não pode ficar impedido de fazer todo o debate que deve fazer, toda a reflexão sobre o passado, o presente e o futuro”, advogou ainda.