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Governo voltou a falhar ao país na resposta ao apagão energético

Governo voltou a falhar ao país na resposta ao apagão energético

O Secretário-Geral do PS acusou, na terça-feira, o executivo de direita chefiado por Luís Montenegro de ter voltado a falhar ao país, evidenciando, mais uma vez, “a sua incapacidade para enfrentar crises e situações imprevistas” e que a sua preocupação central é fazer propaganda.

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Numa comunicação realizada a partir da sede nacional do Partido Socialista, em Lisboa, Pedro Nuno Santos criticou fortemente a ausência “de liderança, de orientação e de apoio” verificada ontem, na sequência do apagão generalizado que afetou todo o território continental português, a partir das 11 horas e 33 minutos da manhã.

“A população portuguesa foi confrontada com um apagão que afetou comunicações, transportes, serviços públicos e, sobretudo, a segurança e bem-estar dos cidadãos, mas o mais grave foi que tivemos também um apagão no Governo central”, acusou, fazendo notar que “o responsável máximo da Proteção Civil é o primeiro-ministro”.

Ao apontar que milhões de pessoas estiveram, durante horas, “sem acesso a informação fiável, sem orientações claras, quando o que se esperava era uma resposta célere e eficaz”, o líder do PS sublinhou que o Governo da AD voltou a falhar “precisamente quando a confiança nas instituições era mais necessária do que nunca”.

“Falhou na comunicação, falhou na coordenação e falhou sobretudo no seu dever de proteger e de informar os cidadãos em tempo útil”, assinalou, criticando a ausência de “uma voz de comando e serenidade”.

Pedro Nuno Santos explicou depois que, perante os problemas nos canais informativos, “era imperativo que a Proteção Civil, sob orientação do Governo, tivesse usado a rádio, hora a hora, para ir dando informações e tranquilizando as populações”.

“É nas dificuldades que se avalia a verdadeira liderança”, frisou, apontando que “ontem não a tivemos”.

De seguida, o Secretário-Geral falou sobre a primeira aparição de Montenegro nesta crise, ao início da tarde desta segunda-feira, “numa ocasião em que nada de relevante foi dito”.

“Nada que pudesse serenar as dúvidas e as incertezas das pessoas”, reforçou, criticando o longo intervalo temporal em que circularam “notícias falsas e alarmantes”, sem que o Governo viesse tranquilizar as populações.

Validação de desinformação e ausência de tutelas-chave

“Tivemos, aliás, um ministro a validar alguma dessa desinformação, enquanto a ministra da Administração Interna, responsável pela Proteção Civil, e a ministra do Ambiente, responsável pela política energética, desapareceram”, pontualizou, voltando a sublinhar a incapacidade do executivo na gestão dos momentos críticos, em tempos de grande incerteza económica e política. Recordou então os incêndios de 2024 e a mais recente crise no INEM.

“Ambos momentos duros para o país em que o Governo desapareceu”, disse, destacando que, após meses de encerramento de urgências de Obstetrícia e maternidades, “em que não ouvimos uma única palavra do primeiro-ministro”, Luís Montenegro terá achado “boa ideia fazer uma declaração à porta da Maternidade Alfredo da Costa”.

“O Governo falha sempre na resposta à crise, nunca falha na propaganda”, enfatizou, saudando as “decisões difíceis e corajosas” que milhões de cidadãos tiveram de tomar “na ausência do Governo e sem indicações oficiais”.

Pedro Nuno Santos quis dirigir palavras de reconhecimento aos profissionais de saúde, bombeiros, forças de segurança, câmaras municipais, juntas de freguesia e escolas.

“Todos foram essenciais, mantiveram as unidades hospitalares em funcionamento, protegeram medicamentos essenciais, organizaram o trânsito, caótico nas ruas, socorreram pessoas no Metro e em elevadores, ajudaram os vizinhos, abriram portas, estenderam a mão”, sublinhou, indicando que “foram as proteções civis municipais, sem coordenação central, que ajudaram e foram o ponto de apoio das populações”.

“Foi o vosso sentido de comunidade, de responsabilidade e de solidariedade que manteve o país de pé enquanto o Governo falhava”, afirmou, deixando um “muito simples e muito sentido” agradecimento pessoal.

“É convosco que podemos construir um país mais seguro, mais forte, mais justo”, prosseguiu, para logo abordar as dúvidas que ainda persistem sobre a possível origem do apagão.

Reforçar rede energética e modernizar a sua gestão

Neste ponto, deixou claro que, embora faltem ainda muitas informações, “o que se passou não teve absolutamente nada a ver com a capacidade de produção de energia do sistema nacional”.

“O que é necessário fazer para evitar situações como estas no futuro é continuar a reforçar a rede e modernizar a sua gestão”, defendeu, lembrando que Portugal conta “com diferentes fontes de energia – eólica, solar, hídrica e gás”.

“Temos de assegurar uma correta gestão das redes de abastecimento, garantir estabilidade e termos mais redundância e resiliência na rede, mais capacidade de reação, para que o que aconteceu ontem não volte a acontecer”, rematou.

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