Falando aos jornalistas no final de uma reunião com os dirigentes da Rede Europeia Anti-Pobreza Portugal, Pedro Nuno Santos sustentou que o Governo da AD chefiado por Luís Montenegro, não só tem revelado “incompetência na gestão dos assuntos de Estado, e desde logo do Serviço Nacional de Saúde”, como tem demonstrado ser, sobretudo, “um Governo de minoria que governa para a minoria”.
“Se [este Governo] continuasse, iríamos continuar com uma grande instabilidade”, alertou o líder socialista, apontando a inexistência de qualquer razão para que a governação da AD se mantenha após ter “esgotado a sua credibilidade” e “também o seu projeto”.
A este propósito, o Secretário-Geral socialista apontou que o executivo ainda em funções chegou a tomar, na habitação, o grande desafio nacional que o país enfrenta atualmente, “algumas medidas”.
“Só que foram erradas”, acusou, para logo assinalar os efeitos negativos das políticas de direita neste setor, adiantando que, só no último trimestre, os “preços da habitação subiram 15%”.
E esta situação implica, vincou ainda Pedro Nuno Santos, que as “pessoas estão cada vez mais longe de conseguir ter casa”.
Referindo-se em concreto ao propósito da sua visita à Rede Nacional Anti-Pobreza, “que tem feito um trabalho muito importante ao longo dos últimos 30 anos”, o líder do PS disse que o Partido quer que o tema do combate à pobreza entre na campanha.
“Só somos uma sociedade decente se formos capazes de tratar de todos, nomeadamente daqueles que são mais vulneráveis”, defendeu, lembrando que Portugal “progrediu imenso” em matérias sociais nas últimas décadas, mas continua a apresentar “níveis elevados de desigualdade e de pobreza”.
Reativar a estratégia socialista de luta contra a pobreza
Após recordar que a Estratégia Nacional de Combate à Pobreza foi aprovada durante a anterior governação socialista, Pedro Nuno Santos deplorou que, no último ano, ela tenha sido paralisada.
“Digo mais, houve mesmo retrocessos”, censurou o líder socialista, advogando pela sua recuperação, atualização e execução.
Depois, num breve apontamento sobre o legado e a vivência do líder da Igreja Católica falecido na passada segunda-feira, Pedro Nuno Santos destacou o compromisso e o empenho do Papa Francisco na luta contra a pobreza no mundo, “tentando dar voz àqueles que não têm voz”.
“Nestes dias, devemos recordar o seu exemplo e colocar o debate sobre a pobreza no centro das preocupações nacionais, ainda mais porque estamos perante um Governo que, infelizmente, no último ano, recuou, retrocedeu e pouco fez para combater este flagelo”, concluiu.