No seu quinto debate para as Legislativas, na SIC, Pedro Nuno Santos sublinhou a importância de evitar a dispersão de votos à esquerda, defendendo, no frente a frente com Rui Tavares, que o Livre e a esquerda parlamentar só poderão influenciar a governação do país se o PS ganhar as eleições e formar Governo.
Isso implica, referiu o líder socialista, a concentração do voto no PS, nomeadamente em círculos eleitorais nos quais o Livre ou outro partido dificilmente elegerá e a dispersão só beneficiaria a direita.
“Nós precisamos de derrotar a AD. O nosso projeto só conseguirá ser influenciado [pelos contributos dos outros partidos] se o PS ganhar as eleições. E isso implica que não haja dispersão de votos”, reforçou.
No debate, estiveram em destaque as propostas de apoio aos mais jovens, com Pedro Nuno Santos a sinalizar que a proposta do PS, de atribuir 500 euros em certificados de aforro a todas crianças nascidas a partir deste ano, valor que pode ser reforçado e capitalizado ao longo de 18 anos, é uma medida financeiramente sustentada, que “estimula a poupança” e que permitirá uma ajuda para “o início da sua vida autónoma”, contrapondo que uma ‘herança social’ de cinco mil euros, como propõe o Livre, seria “irrealista” do ponto de vista dos recursos públicos.
Na proteção dos mais idosos e vulneráveis, o Secretário-Geral do PS reforçou o compromisso de, sempre que possível, fazer aumentos extraordinários e permanentes nas pensões que resultam do regime contributo, como foi feito durante a governação socialista, reiterando também a importância de integrar os cuidados de saúde e sociais, através da constituição de equipas multidisciplinares, no acompanhamento domiciliário dos mais velhos, garantindo-lhes maior qualidade de vida e fortalecendo a resposta do SNS.
“Não somos todos iguais e eu não sou igual a Luís Montenegro”
Sobre as denúncias anónimas contra si feitas ao Ministério Público, a propósito da compra de dois imóveis, sobre os quais disponibilizou publicamente toda a documentação, Pedro Nuno Santos considerou que tiveram um claro “objetivo político”, visando tentar intimidá-lo e criar uma falsa ideia de equivalência com o primeiro-ministro.
“Há uma coisa que eu garanto. Eu não estou a receber dinheiro todos os meses de nenhum empresário português. (…) Não existe nenhuma equivalência. E é um péssimo serviço que prestamos à democracia quando tentamos fazer de conta que somos todos iguais. Eu não sou igual a Luís Montenegro”, acentuou.
Em cima da mesa estiveram também as propostas de ambos os partidos para o combate à corrupção na política, com Pedro Nuno Santos a insistir na necessidade de regulamentar o ‘lobbying’ e do registo da chamada ‘pegada legislativa’.
“Grande parte da legislação que permite o combate à corrupção foi feita durante governos do Partido Socialista. O combate à corrupção é um combate importante e sem tréguas, o Partido Socialista esteve sempre nesse combate e continuará a estar”, concluiu.
Numa nota final do debate, o Secretário-Geral do PS dirigiu ainda uma mensagem de futuro aos portugueses.
“É muito importante que os portugueses sintam que é possível ter uma vida melhor e com maior justiça em Portugal. E nós temos o projeto que dá essa resposta”, afirmou.