Ao intervir, este sábado, num comício socialista realizado em Esposende, distrito de Braga, o Secretário-Geral do PS dirigiu duras críticas a Luís Montenegro e ao executivo da AD.
“O programa que o PSD apresentou é um embuste, não corresponde à realidade, é falso, não permite cumprir aquilo que eles querem prometer aos portugueses”, afirmou.
Perante cerca de 2.500 apoiantes, num ambiente de arraial minhoto, o líder socialista lamentou a falta de seriedade do chefe do executivo.
“O programa da AD é mais um elemento daquilo que é um padrão de Luís Montenegro: enganar os portugueses”, acusou, assinalando a incoerência do ainda chefe do Governo que, tendo criticado o alegado “despesismo” do programa eleitoral socialista, veio, uma semana depois, apresentar um plano de despesa “duas vezes superior”.
“O PSD e o seu líder não têm vergonha na cara, e quem não tem vergonha, como nós costumamos dizer, todo o mundo é seu”, vincou, numa das passagens mais aplaudidas do discurso.
E apontou também a manipulação de previsões macroeconómicas por parte do Governo, referindo que a coligação PSD/CDS ainda em funções governativas inscreveu no seu programa uma taxa de crescimento económico próxima dos 3%, mas apresentou a Bruxelas uma previsão real de apenas 1,9%.
Segundo Pedro Nuno Santos, o PSD e Luís Montenegro colocaram no seu cenário macroeconómico uma taxa de crescimento económico “que não tem nenhuma adesão à realidade e que não corresponde a nenhuma projeção de nenhuma instituição nacional ou internacional”.
Redução do IRS é uma medida socialista
Avisando que o PSD é um partido que tem “uma face em campanha e outra face no Governo, uma face em Portugal e outra face em Bruxelas”, o Secretário-Geral do PS sublinhou que esta nova manobra tem o mesmo objetivo de sempre: “enganar os portugueses para ter os seus votos”.
Segundo alertou o líder socialista, este é mais um exemplo da “falta de seriedade” do primeiro-ministro e do Governo da AD, uma vez que, assinalou, “a seriedade de um político traduz-se nas promessas e na ação de todo o seu executivo”.
Na mesma intervenção, Pedro Nuno Santos voltou a censurar o executivo de direita por recorrer a “truques” na questão do IRS, enfatizando que a principal redução deste imposto foi uma medida decidida pela anterior governação socialista e reforçada por propostas do PS aprovadas em 2024.
Reforçando ainda a linha de oposição entre os dois principais projetos de governação que se apresentam às Legislativas antecipadas de maio e as respetivas lideranças, o líder socialista disse que “o PS nasceu para governar para a esmagadora maioria do povo português”, ao contrário da AD, que governa “para minorias e elites”.
“Este Partido governa para o povo, para quem trabalha, para quem trabalhou uma vida inteira, para os trabalhadores, para as suas famílias, para os pensionistas”, rematou.