Em declarações à comunicação social no Parlamento, Pedro Nuno Santos comentou que a notícia dada a conhecer hoje pelo semanário Expresso, que informa que a empresa do primeiro-ministro recebe 4.500 euros por mês por parte do grupo Solverde, “é grave e vem confirmar que o Partido Socialista tinha razão quando fez sistemáticos apelos para que o primeiro-ministro desse todas as explicações”.
A confiança dos portugueses no primeiro-ministro “tem de ser restabelecida, porque, neste momento, não existe”, e tal só se consegue se Luís Montenegro responder “de forma cabal e clara a todas as perguntas que já lhe foram feitas”, defendeu.
O Secretário-Geral do PS voltou a deixar as perguntas que exigem uma resposta rápida “e que nenhuma extinção da empresa resolve”: “Quais foram e quais são os clientes da empresa? Quais são os serviços que foram prestados a estas empresas e por que preço?”. Pedro Nuno Santos esclareceu mesmo que “é muito diferente quando prestamos um serviço que custa 10, recebermos 100, ou recebermos os 10”.
“É fundamental também sabermos quem é que presta os serviços da empresa, nomeadamente desde a altura em que o primeiro-ministro se afastou da empresa”, sublinhou. O Secretário-Geral do PS quer ainda conhecer “as razões para a explosão da faturação em 2022, ano em que o primeiro-ministro decide afastar-se da empresa e em que também é candidato à liderança do PSD”.
Insistindo que não deve ficar “qualquer dúvida ou qualquer suspeita sobre o primeiro-ministro”, Pedro Nuno Santos sustentou que, “por razões de honestidade, temos de deixar de falar de uma empresa familiar”, já que se trata de “uma empresa de Luís Montenegro”.
Ministra da Saúde é incapaz para as funções
Apesar de todo este caso em torno da empresa de Luís Montenegro, o Secretário-Geral do Partido Socialista considera importante que não se esqueçam os problemas do país, desde logo no setor da saúde: “Os portugueses, com certeza, estão muito preocupados em recuperar a confiança com o primeiro-ministro, mas neste momento há um sentimento de grande insegurança por parte dos portugueses no que diz respeito ao Serviço Nacional de Saúde”.
“Temos uma ministra que é claramente incapaz ou incompetente para as funções”, acusou Pedro Nuno Santos, lamentando que Ana Paula Martins não seja “capaz de assumir as suas próprias responsabilidades” e responsabilizar toda a gente pelos seus erros.
Precisamos de um primeiro-ministro “que tenha a confiança do país e que assuma também a responsabilidade de falar não só sobre a sua empresa, mas sobre os problemas do país”, defendeu.
Admitindo que “a situação do Governo, em geral, é grave”, Pedro Nuno Santos disse não ser compreensível “que o primeiro-ministro ache que, estando em silêncio e refugiado no seu gabinete, o problema desapareça”.
E avisou que “os problemas desparecem quando são dadas explicações cabais e não ficam dúvidas depois dessas explicações”.
