“É muito importante que a Europa, que os países europeus, continuem a apoiar a Ucrânia e que nenhuma solução de paz seja construída sem a aceitação da Ucrânia. Se for uma solução que não tenha aceitação da Ucrânia, será uma solução precária, muito frágil e muito pouco duradoura”, afirmou o líder socialista, em declarações aos jornalistas em Valença, distrito de Viana do Castelo, a propósito do terceiro aniversário da invasão da Ucrânia pela Rússia, que hoje se assinala.
Para Pedro Nuno Santos, “não é aceitável que haja negociações entre o país invasor e um país que nem está no continente europeu – os Estados Unidos da América -, sem participação dos europeus e, pior, sem a participação da Ucrânia”.
“Vive-se um ambiente de insegurança em matéria de política externa e defesa. É importante que a União Europa consiga ter uma voz em matéria de política externa, e não seja sistematicamente desprezada no que diz respeito à resolução pacífica de conflitos”, defendeu.
O Secretário-Geral do PS observou que os ucranianos querem paz, “mas querem uma solução de paz duradoura, sustentável, e não uma solução imposta que, ao fim de alguns anos, resultará numa nova guerra”.
Vídeo: 3 anos do PS ao lado da Ucrânia
Resultado das eleições na Alemanha é motivo de apreensão
O Secretário-Geral socialista manifestou-se ainda “muito apreensivo” com o resultado das eleições legislativas na Alemanha, sustentando que “nem a direita nem a extrema-direita vão resolver as angústias dos povos”.
“Fico muito apreensivo pelo que significa para a social-democracia, a família política de que PS faz parte, mas também por este avanço da direita. A preocupação resulta do facto de ter a convicção plena de que nem a direita nem a extrema-direita vão resolver as angústias dos povos”, disse.
Nas legislativas alemãs, que tiveram lugar este domingo, o bloco conservador liderado por Friedrich Merz venceu com 28,6% dos votos, de acordo com os dados oficiais, e a Alternativa para a Alemanha (AfD), partido de extrema-direita, consagrou-se como a segunda força, com 20,8%, à frente do SPD, do atual chanceler Olaf Scholz, que ficou na terceira posição, com 16,4% dos votos.
Pedro Nuno Santos referiu que estão em causa em causa “projetos políticos divisionistas”, que não têm “grande preocupação com a igualdade, com a coesão social”.
“Estamos num tempo que é perigoso desse ponto de vista – da falta de solidariedade, falta de adesão ao compromisso com a igualdade”, observou.
O socialista vincou defender que o crescimento económico “chegue a toda a gente”, notando que “os projetos políticos que têm ganho na Europa não tem adesão” à mesma ideia.
“Precisamos de sociedades e economias em que o produto do crescimento chegue a toda a gente. Não está a chegar. São centenas de milhares de famílias em Portugal, milhões na Europa, que sentem que a sua vida está a marcar passo”, vincou.
Para Pedro Nuno Santos, “não há democracia que resista se o povo não sentir que o crescimento também é para eles”.
“Neste momento, são milhões de pessoas que sentem que o crescimento não é para si. Quando isto acontece, quem fatura, quem ganha do ponto de vista político-eleitoral são os partidos populistas”, sustentou o líder socialista.