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“Há um problema claro de incompetência neste Governo”

“Há um problema claro de incompetência neste Governo”

Pedro Nuno Santos acusou hoje o Governo da AD de ter criado um problema de falta de mão-de-obra ao país ao ter eliminado a manifestação de interesses da lei de imigração, e assegurou que há “falta de competência” no executivo, algo que já foi várias vezes comprovado com os erros nos números em vários setores.

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“O Governo eliminou o instrumento manifestação de interesses da lei de imigração”, não tendo essa figura sido substituída por nenhuma alternativa, comentou o Secretário-Geral do PS durante o debate com o primeiro-ministro, sublinhando que há “vários setores da economia portuguesa a queixarem-se da falta de trabalhadores”.

Ora, para além dos variados setores, também membros do Governo – como o ministro da Coesão – “lembraram que será impossível executarmos o PRR se não entrarem mais imigrantes”, apontou.

Sublinhando que não é apenas o setor da construção civil que se queixa, podendo acrescentar-se os setores da agroindústria, do turismo e do setor social, Pedro Nuno Santos precisou que faltam “80 mil trabalhadores para a conclusão das obras já previstas e calendarizadas”. “O Governo criou um problema a si próprio, ao país e à economia nacional”, lamentou.

Pedro Nuno Santos acusou mesmo o primeiro-ministro de ter criado este “problema sério ao país” por entrar numa “disputa eleitoral com o Chega”. E perguntou a Luís Montenegro o que vai acontecer aos 118 mil trabalhadores que já foram rejeitados, não tendo recebido qualquer resposta clara.

O Secretário-Geral do PS explicou ainda ao líder do executivo que “a exigência do visto de trabalho já estava na lei”, não tendo o Governo acrescentado nada.

Governo tem uma “péssima” relação com os números

Pedro Nuno Santos disse depois que os números avançados pelo Governo sobre os alunos sem professor a pelo menos uma disciplina desde o início do ano letivo não são credíveis.

“O ministro da Educação, no início do ano letivo, disse que eram 320 mil alunos sem professor a uma disciplina o ano passado. Obviamente que depois, apertado, teve de vir explicar que eram 320 mil que não tinham tido em qualquer momento do mês de setembro aulas”, recordou.

O ministro da Educação fez um anúncio de redução de 90% do número de alunos sem professor a pelo menos uma disciplina, mas o Partido Socialista “disse sempre que era praticamente impossível”, o que se veio a verificar, frisou.

Pedro Nuno Santos recordou que o governante “tentou, no início do ano letivo, empolar os números; não conseguiu. E tentou uma segunda vez: apresentou números errados, o Partido Socialista desmentiu os números, outros partidos da oposição fizeram o mesmo, o anterior ministro da Educação e a Fenprof fizeram o mesmo, o ministro dá uma conferência de imprensa em que volta a reafirmar e só faltou chamar mentiroso ao Partido Socialista”.

“Ao fim de algum tempo, o ministro teve de admitir que os dados estavam errados e, convenientemente, pede uma auditoria externa – não pediu à Inspeção-Geral de Educação, que seria mais rápido” – e, agora, “não temos dados para monitorizar o sucesso da política do ministro e do primeiro-ministro”, alertou.

Governo devia pedir desculpa aos doentes oncológicos

Também na saúde tem havido vários casos sobre números errados. Pedro Nuno Santos focou-se num em concreto: O primeiro-ministro anunciou, em agosto, que “não havia um único doente oncológico à espera de cirurgia acima do tempo máximo de resposta garantido”.

Após várias perguntas do PS ao longo dos últimos meses, Luís Montenegro manteve que não havia nenhum doente. No entanto, a verdade é que, “ao final do mês de outubro, são 1.370 os doentes oncológicos à espera acima do tempo máximo de resposta garantido”, revelou.

Para Pedro Nuno Santos, “ou o primeiro-ministro assume que foi mal-informado pelos seus serviços e pede uma nova auditoria sobre os dados da cirurgia, ou então devia pedir desculpa ao país e a todos os doentes oncológicos que estão à espera”.

Assim, o Secretário-Geral do Partido Socialista denunciou os “dois problemas graves” deste Governo, “para além de governar para a minoria da população”: “A péssima relação com os números”, que faz com que o executivo da AD não tenha credibilidade; e a “falta de competência”. De facto, “há um problema claro de incompetência neste Governo”, asseverou.

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