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Mário Soares é referência socialista para um país mais justo, livre e igual

Mário Soares é referência socialista para um país mais justo, livre e igual

Certo de que é possível viver melhor em Portugal, Pedro Nuno Santos evoca o legado de Mário Soares para defender que é preciso trazer a esperança de novo a um país onde a liberdade é uma conquista inacabada que exige uma luta diária em defesa da democracia e da justiça social.

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No jantar comemorativo do centenário do fundador e primeiro Secretário-Geral do PS, realizado este sábado, em Lisboa, o atual líder socialista recordou “o maior militante socialista”.

“Ele teve a capacidade de ter razão ao longo da vida”, disse, indicando que o fio condutor de Soares sempre fora “a defesa radical da liberdade, da democracia e da justiça social”.

No emotivo discurso que proferiu perante 2.500 pessoas reunidas na FIL, Pedro Nuno Santos descreveu o antigo chefe de Estado como “uma referência dos socialistas, da qual o PS tem saudades”.

“O nosso maior militante, o nosso Presidente, o nosso primeiro-ministro, o homem que deu uma vida, entregou uma vida a Portugal e aos portugueses, à liberdade e à democracia”, enfatizou, acrescentando que não terá havido, nas lutas que Soares travou, “nenhuma contradição”.

Pelo contrário, “a grandeza de Mário Soares foi precisamente que ele teve razão praticamente em toda a sua vida, para não dizer mesmo em toda a sua vida”, afirmou Pedro Nuno Santos, apontando que essa capacidade do histórico fundador do PS “foi tendo de forma crescente o apoio popular”.

E evocou o reconhecido carisma de Soares, lembrando que foi o histórico fundador do PS aquele que “conseguiu dar aos portugueses, e a nós socialistas, a vontade de querer mais, querer uma vida melhor, acreditar, ter esperança de que é possível vivermos num mundo mais justo, num país mais justo, com mais igualdade e com mais liberdade”.

Combater extrema-direita “de frente, olhos nos olhos”

Antes de concluir a sua intervenção com o conhecido slogan “Soares é fixe!”, Pedro Nuno Santos insistiu na necessidade urgente de cerrar filas no combate à extrema-direita e à direita conservadora.

“O combate faz-se contra a extrema-direita partidária sim, mas faz-se também contra as suas ideias que têm ganho cada vez mais espaço na agenda do centro-direita em Portugal. O combate faz-se em todas as frentes”, pontualizou, para de seguida advogar uma luta “de frente, olhos nos olhos, como sempre os socialistas fizeram”.

Neste ponto, o líder do PS explicou que a extrema-direita teve de “encontrar um rótulo” para tentar condicionar e para que as pessoas tivessem vergonha de lutar por aquilo em que acreditam.

“Aquilo que na realidade os incomoda são os avanços que os socialistas e os portugueses conseguiram nos direitos das mulheres, na igualdade, no respeito por todos, o respeito pelo direito a amar quem quisermos. Não é agenda woke, chama-se direitos humanos, igualdade, justiça social”, clarificou, reiterando o apelo à defesa do legado de Mário Soares.

Governo maltrata a política

Alertou depois para “tempos desafiantes”, porque “a extrema-direita progride em todo o lado”, disse, assinalando a urgência de “garantir que não há terreno fértil” para que ela floresça uma vez que “a luta pela liberdade é uma luta ainda inacabada”.

Recusou ainda que haja uma contradição entre o combate pela igualdade e pela liberdade, defendendo que “não há liberdade igual para todos numa sociedade com pobreza e desigualdade”.

Neste ponto, Pedro Nuno Santos insistiu na ideia de que, depois de distribuir “o excedente deixado pelo PS”, o executivo da AD tem-se limitado a governar “para uma minoria”, maltratando a política.

Recordou, por isso, que a primeira decisão do atual Governo foi uma mudança de logótipo, referindo também as polémicas sobre as cores dos boletins de saúde e as aulas de cidadania.

Ladeado pelos filhos de Mário Soares, Isabel e João, pelo presidente honorário do PS, Manuel Alegre, por vários fundadores e antigos líderes socialistas, Pedro Nuno Santos voltou a criticar a exploração do tema da segurança, para de seguida condenar que em cada um destes momentos o Governo esteja apenas e só “a pensar na sua disputa com a extrema-direita, fazendo o jogo do combate dos símbolos e da simbologia”.

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