Iniciativa no âmbito do programa das comemorações do centenário do nascimento de Soares, a mostra propõe que através dos livros, manuscritos, correspondência, dedicatórias e obras de arte se conheça, como realça José Manuel dos Santos, um dos curadores da exposição, “a personalidade e os gostos” do ex-chefe de Estado, mas também “os gostos de várias gerações: a dele, a de antes dele e a depois dele”.
“A Cultura é o sal que vem do exercício do espírito crítico, do exercício da criatividade, da descoberta, da proposta do novo, isso é que faz com que a Democracia não estagne, não fique sem sabor, não se torne insípida. Mário Soares dizia que para ele a Cultura era o Sal da Democracia”, explica o também coordenador das comemorações do centenário, referindo que, para o histórico fundador e primeiro líder socialista, “a Cultura e a luta pela Liberdade eram inseparáveis”.
“Ele teve mestres, durante a sua formação juvenil, como o Agostinho da Silva, que eram grandes figuras intelectuais e ao mesmo tempo grandes figuras cívicas que lutavam contra a ditadura e pela Liberdade e isso teve reflexo na sua formação cultural, mental e até mesmo psicológica e politica”, apontou.
Nesta exposição, essa “ligação indissociável” é revelada, mostrando a faceta de quem viveu toda a vida rodeado de livros, os que colecionava, os que lhe davam e aqueles que escrevia, representando, também, a ampla atividade de autor de Mário Soares.
“O Sal da Democracia — Mário Soares e a Cultura”, com curadoria de José Manuel dos Santos e Pedro Marques Gomes, vai estar patente até 1 de junho e integra o programa de celebração dos 100 anos de Mário Soares, que se estende até ao final de 2025, ligando-se às celebrações dos 50 anos do 25 de Abril e dos 100 anos do nascimento de Maria de Jesus Barroso.