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Portugal deve reconhecer já o Estado da Palestina

Portugal deve reconhecer já o Estado da Palestina

O Partido Socialista entende que “o Estado da Palestina deve ser reconhecido por Portugal, com a autoridade palestiniana como sua única e legítima representante nas negociações e como Governo legítimo”, defendeu hoje Alexandra Leitão, destacando que está a “construir-se um consenso internacional em torno da independência da Palestina”.

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A presidente do Grupo Parlamentar do PS frisou, durante o debate sobre o reconhecimento do Estado da Palestina agendado pelo Livre, que “a trágica situação que se vive em Gaza vem chamar, novamente, a atenção e tornar mais urgente o cabal cumprimento das sucessivas resoluções das Nações Unidas no sentido da implementação da solução dos dois Estados”.

Alexandra Leitão alertou que “é preciso retomar a esperança que foi criada pelos Acordos de Oslo” e relembrou que “a autoridade palestiniana reconheceu o Estado de Israel sem reciprocidade”.

A líder parlamentar do PS mencionou depois dados divulgados pela ONU, que revelou que “já morreram mais crianças desde 7 de outubro em Gaza do que em todas as guerras que eclodiram em todo o mundo nos últimos quatro anos”.

“Como diz o secretário-geral da ONU, António Guterres, Gaza está a tornar-se ‘num cemitério de crianças’ e é ‘uma crise da humanidade’” e, por isso, este assunto “diz respeito a Portugal”, vincou Alexandra Leitão, dirigindo-se sobretudo à bancada da extrema-direita.

E salientou alguns números: “Depois do hediondo ataque terrorista do Hamas em Israel, ocorrido em 7 de outubro de 2023, que fez 1.200 mortos e centenas de reféns, já morreram na Faixa de Gaza mais de 37 mil pessoas, das quais mais de 14 mil crianças, e há 85 mil feridos”.

Esperar pela unanimidade apenas adia uma solução para o conflito

A presidente da bancada socialista indicou, em seguida, que “146 países já reconheceram a Palestina como Estado independente, entre os quais dez países da União Europeia, recentemente a Espanha, a Irlanda e a Noruega”.

Ora, este “consenso internacional” que se está a gerar “cria uma alteração das circunstâncias que justifica e impõe que Portugal reconheça já o Estado da Palestina”, defendeu Alexandra Leitão, alertando que “esperar pela unanimidade não é mais do que adiar para sempre uma solução para o conflito e o direito de um povo à autodeterminação”.

Para a líder parlamentar do PS, “a continuação da guerra em Gaza, sem uma intervenção mais veemente da comunidade internacional, garante apenas que o radicalismo do ódio que serve a ambos – aos terroristas do Hamas e ao Governo radical ultranacionalista de Israel – se mantenha”.

Por isso, apela à comunidade internacional para que exija “um cessar-fogo, soluções para haver ajuda humanitária, restabelecer os corredores humanitários, libertar os reféns, proteger as populações civis, e negociar a paz”. E mostrou-se totalmente contra a “criação de colonatos ilegais na Cisjordânia”.

“Numa época e em contextos em que imperam o ódio e o radicalismo, devemos todos combater quer o antissemitismo, quer a islamofobia, porque não há culpas coletivas, nem do povo de Israel, nem do povo da Palestina”, concluiu.

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