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Há boas razões para encarar o futuro com confiança

Há boas razões para encarar o futuro com confiança

O primeiro-ministro pediu ontem, no tradicional jantar de Natal do Grupo Parlamentar do PS, um “apoio crítico” aos deputados socialistas. António Costa considerou que há “boas razões para encarar o futuro com confiança” e sublinhou que o PS acabou com a assimetria de décadas entre esquerda e direita na formação de governos.

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Há boas razões para encarar o futuro com confiança

“O PS foi capaz de inovar no quadro do relacionamento na Assembleia da República, pois, durante muitos anos, o país habituou-se e mal a que os governos se faziam a dois ou a três forças políticas, o que distorceu o funcionamento da democracia em Portugal. Essa distorção criou uma enorme assimetria em Portugal, entre uma direita que facilmente governava e a esquerda que dificilmente conseguia governar”, disse o líder socialista.

António Costa salientou que, ao formar-se um Governo com suporte parlamentar do Bloco de Esquerda, PCP e Os Verdes, o PS “alterou o panorama parlamentar”, acrescentando que “todos os deputados na Assembleia da República contam por igual e todos podem contribuir para a solução governativa”.

Na sua intervenção, o primeiro-ministro defendeu que há “boas razões” para encarar o futuro com confiança, embora tenha identificado “dificuldades” em relação aos próximos anos.

António Costa lembrou medidas já tomadas pelo Governo socialista, como “o início do fim da sobretaxa de IRS, a reposição integral dos vencimentos dos trabalhadores do sector público até ao final de 2016” ou a adoção por casais de homossexuais e o fim dos exames no quarto ano do ensino básico.

Por outro lado, o líder socialista referiu ser seu objetivo combater “a desertificação do PS” em termos de ação política, destacando neste ponto a recente escolha da dirigente nacional Ana Catarina Mendes para o cargo de secretária-geral adjunta do PS.

António Costa fez ainda questão de deixar uma mensagem aos deputados do Grupo Parlamentar do PS: “Aplaudam o Governo quando tiverem de aplaudir, mas critiquem quando tiverem de criticar”.

Acrescentando que “o Governo nunca se pode esquecer que governa porque tem um mandato da Assembleia da República, porque tem um programa eleitoral a cumprir e que governa em nome dos cidadãos. E os deputados são quem intermedeia entre os governantes e os cidadãos”.

Utopia como motor da ação política

Já o presidente do PS e do Grupo Parlamentar, Carlos César, defendeu a utopia como motor da ação política, numa alusão implícita às críticas do líder do CDS-PP, Paulo Portas, sobre as consequências das utopias socialistas.

“Há quem chame utopia à procura de mais humanismo, mais igualdade e mais justiça, com o sentido de que isso é perseguir uma miséria intelectual e política. Pelo contrário, estamos convencidos que quando se perde o sentido de esperança e quando se perde o sentido de utopia abrimos justamente caminho à inação, à desesperança e com isso ao ‘sebastianismo’ e aos falsos salvadores”, afirmou Carlos César.

No seu discurso, o líder parlamentar socialista também falou sobre os objetivos do Governo no sentido de aumentar os rendimentos das famílias e promover o investimento das empresas, num quadro de “aplicação criteriosa dos recursos públicos”.

Neste contexto, Carlos César referiu-se à situação orçamental do país, “que é de grande precariedade, e à necessidade de fortalecer a estabilidade do sector financeiro, que não respira a melhor saúde”.