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VOTEI SIM

VOTEI SIM

Eu estava lá e votei sim. Com o meu voto, contribuí para a revogação de duas leis iníquas, apressadamente aprovadas pela maioria PSD-CDS em final da última legislatura, e para restabelecer o respeito pela dignidade das mulheres portuguesas e a salvaguarda da sua saúde sexual e reprodutiva. Com o meu voto, contribuí ainda para eliminar uma inaceitável discriminação no acesso à adoção por casais do mesmo sexo.

Opinião de:

VOTEI SIM

Hoje, na Assembleia da República, depois de uma ausência de onze anos, participei numa memorável votação. Orgulho-me de ter contribuído, com o meu voto, para acabar com as taxas moderadoras na interrupção voluntária da gravidez (IVG) e com a obrigatoriedade de acompanhamento psicológico e por técnico de serviço social, durante o período de reflexão que antecede a realização de uma IVG. Orgulho-me de, com o meu voto, ter ajudado a eliminar as discriminações no acesso à adoção, apadrinhamento civil e demais relações familiares.

Votei sim, porque sou contra todo o tipo de discriminações e injustiças.

Votei sim, porque as crianças têm direito a serem desejadas, amadas e adotadas. Já há demasiadas crianças institucionalizadas, maltratadas e abandonadas. É nossa obrigação proporcionar às crianças a felicidade possível. 

Votei sim, porque valorizo a vida, a vida real. Sou pela vida não como ideia abstrata, mas pela vida em concreto. Porque valorizo a parentalidade positiva e a família na sua multiplicidade de modelos: monoparental, homoparental, mononuclear, alargada, reconstruída, combinada, etc.

Votei sim, porque recuso a sistemática suspeição lançada sobre as mulheres portuguesas. É aviltante tratar as mulheres como irresponsáveis. Será que as mulheres portuguesas são menos idóneas e responsáveis que as alemãs, as belgas, as francesas ou as suecas? Aqueles que acham que as mulheres não são competentes para decidir se e quando pretendem ter um filho, em coerência têm de reconhecer que essas mulheres são ainda mais incompetentes para cuidar e educar os filhos e até para terem direito a voto. Já assim foi antes do 25 de abril.

Votei sim, porque sou pela verdade e contra a mentira e a hipocrisia. 

Votei responsavelmente. O melhor do mundo são as crianças, disse o poeta. Pelas crianças, sobretudo pelas crianças, votei sim. Votei sim pelos direitos humanos, de mulheres e homens, contra as discriminações e as injustiças.