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Portugal manterá a estabilidade dos seus compromissos europeus

Portugal manterá a estabilidade dos seus compromissos europeus

Caso haja uma mudança de política interna, tal não constituirá um conflito, garantiu António Costa numa entrevista à agência noticiosa britânica Reuters, assegurando aos mercados que Portugal manterá a estabilidade dos seus compromissos europeus.

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Portugal manterá a estabilidade dos seus compromissos europeus

Confrontado com a narrativa da direita, António Costa desmente que esteja em causa, em Portugal, caso seja convidado a formar Governo, a estabilidade dos compromissos europeus e internacionais assumidos pelo país, garantindo aos mercados financeiros que os eventuais acordos com os partidos políticos à esquerda do PS respeitarão em absoluto todas as regras.

António Costa lembra nesta entrevista que a decisão do Partido Comunista Português (PCP) e do Bloco de Esquerda (BE) de não colocarem como matéria de discussão para a formação de um Governo liderado pelo PS os temas do Pacto Orçamental ou da dívida, “são um bom sinal” de que a mudança de política interna “não se traduzirá num conflito com a nossa participação no quadro da zona euro”.

Garante, a este propósito, que comunistas e bloquistas têm sabido “distinguir muito bem” o que consta dos seus programas daquilo que consideram ser prioritário para viabilizar um programa de Governo verdadeiramente alternativo à política de direita, deixando “cair as propostas em que se opunham aos compromissos de Portugal perante a União Europeia”, evitando assim “prolongar um processo de indefinição política”.

António Costa defende que o Presidente da República deve iniciar o “mais rápido possível” contactos formais para a formação do Governo, “o que se reveste de grande importância” para se encontrar um Governo estável, constituindo, simultaneamente, um bom sinal não só para a Europa, mas também para os mercados”.

Inquestionável, para o líder socialista, é que na atual correlação de forças é o PS que está em melhor posição do que a direita para formar um Governo mais estável para os próximos quatro anos, sublinhando que agora, pela primeira vez, poderá haver um Governo que “reflita a maioria de esquerda no parlamento” sem que isso “constitua um risco para as regras europeias”.

PS é o partido mais pró-europeu em Portugal

Numa outra entrevista, ao Financial Times, António Costa afirmou estar pronto para formar um Governo anti-austeritário, respeitando a vontade de quase 62% dos eleitores portugueses, deixando a garantia de que um Executivo por si liderado “respeitará as regras da zona euro”.

Mais à frente nesta entrevista ao jornal britânico, António Costa realçou que as negociações para a criação de um novo Governo liderado pelo PS, com os partidos à sua esquerda, estão mais “avançadas e a correr melhor” do que as conversações com a coligação de direita, garantindo que “não estamos a fazer bluff”, porque “estamos a atuar sob o princípio de boa-fé”.

Em poucos dias, esta foi a terceira entrevista que o Secretário-geral do PS, António Costa, deu aos media internacionais, depois de ter falado para a agência Reuters e para a agência francesa France Press.