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Comemorar a República é olhar para o futuro

Comemorar a República é olhar para o futuro

Celebrar e lembrar o 5 de outubro de 1910 é enaltecer uma data que não se limita a olhar o passado, mas uma “afirmação sobre o futuro que queremos ser”, defendeu ontem o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, na cerimónia do 105º aniversário da implantação da República.

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Comemorar a República é olhar para o futuro

Falando para uma plateia com muitos convidados institucionais – a única ausência insólita foi a do chefe do Estado, Cavaco Silva -, que encheram o salão nobre dos Paços do Conselho, Fernando Medina lembrou que na implantação da República se afirmaram valores como a liberdade, a igualdade e a fraternidade, proclamando-se ao mesmo tempo, causas como a “educação, a saúde pública, os direitos das mulheres, o sufrágio universal ou o municipalismo”.

Valores que a República instituiu, lembrou Fernando Medina, mas que só se vieram a confirmar no quotidiano do país após a revolução do 25 de abril de 1974 e que tiveram em Mário Soares e em Jorge Sampaio, duas das personalidades de maior destaque no “sucesso e nos progressos da democracia portuguesa”.

De entre os muitos avanços alcançados pelos portugueses após abril, e plasmados na “primeira Constituição livre”, o autarca destacou o Serviço Nacional de Saúde, a escola pública, a mobilidade social, as políticas para a ciência, a democratização do acesso ao ensino superior, o direito à habitação, mas também a despenalização do aborto, o casamento entre pessoas do mesmo sexo ou a lei do divórcio, iniciativas que constituem hoje “fatores de coesão social” e avanços civilizacionais que “contribuíram para o clima de paz, progresso e de estabilidade”.

Para Fernando Medina o sucesso do regime democrático está na cultura do “compromisso e da convergência política e social” em torno de um conjunto vasto de matérias fundamentais para o futuro do país, lamentando que os últimos anos tenham sido de “crispações e de ruturas”.

Alertou por isso, que os próximos anos terão de ser diferentes porque a situação económica e financeira do país, mas também a conjuntura social, “permanecem muito frágeis”, sobretudo devido aos elevados índices de desemprego, pobreza e emigração.

Isto significa, como acentuou, que é essencial “hoje mais do que nunca”, fazer desta etapa política que agora se abre “um novo ciclo de compromissos estratégicos” tendo em vista o progresso social e económico do país”.