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Assim se vê a força do PS

Assim se vê a força do PS

A descida da Rua Morais Soares, uma arruada socialista emblemática em período eleitoral, juntou uma multidão de apoiantes, com António Costa, no final, a fazer um veemente apelo ao voto no PS como única forma de derrotar a coligação PSD/CDS.

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Assim se vê a força do PS

“Até domingo temos de lutar voto a voto, porque é cada voto que conta para a maioria que o PS precisa para governar. Todos os dias é preciso recordar que só o voto no PS permite mudar de Governo”, afirmou o líder socialista, através de um megafone, no final da arruada, já na Praça do Chile.

Nesta ação de rua, que teve início no jardim da Praça Paiva Couceiro, requalificado pela Câmara de Lisboa há quatro anos, António Costa teve uma receção calorosa, recebendo dos populares muitas manifestações de carinho e palavras de incentivo.

Uma grande mobilização e manifestação de força do PS com os passeios da Morais Soares a serem demasiado pequenos para tantos militantes e simpatizantes socialistas.

Tal como já tinha acontecido no sábado passado, em Gondomar, no distrito de Porto, pelo meio do percurso o líder socialista recebeu o apoio dos principais dirigentes da Associação da Hotelaria, Restaurantes e Similares de Portugal (AHRESP) e de comerciantes da zona, que manifestaram o seu agrado pelo compromisso de baixar o IVA da restauração de 23% para 13%.

Tendo ao seu lado o antigo líder do PS Ferro Rodrigues, o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, a sua mulher e a sua filha, António Costa recebeu sempre mensagens de apoio quando se cruzou com populares, designadamente com um motorista da Carris, que lhe deu um aperto de mão prolongado, numa reação à luta que o PS travou em várias frentes contra a concessão a privados da gestão da Carris.

Nesta arruada de forte mobilização, pela Rua Morais Soares abaixo, gritou-se “quanto mais a luta aquece mais força tem o PS” e “assim se vê a força do PS”.

PS está sozinho a lutar contra a direita toda unida

António Costa pediu às forças políticas teoricamente mais à esquerda do PS que não desperdicem a sua energia a atacar os socialistas e que ao menos concentrem o seu discurso contra a maioria PSD/CDS.

“Estamos sozinhos contra a direita toda unida, a disputar palmo a palmo a vitória nestas eleições. O mínimo que se pede a essas outras forças políticas é que, ao menos, concentrem a sua energia, o seu discurso, o seu ataque, na direita, e não desperdicem energia a atacar o PS”, defendeu o Secretário-geral do PS num almoço-comício em Setúbal.

“Não desperdiçamos a nossa energia neste combate nem a atacar nem a responder a outros ataques que nos são dirigidos por outras forças políticas”, acrescentou.

António Costa lembrou que neste momento “o que está em causa é Passos Coelho e Portas irem para a rua e haver um novo Governo”, sublinhando que “esse Governo só pode ser do PS”.

O Secretário-geral do PS sublinhou que “os portugueses não esqueceram como eles, Passos Coelho e Paulo Portas, ao longo destes quatro anos, traíram a palavra que tinham dado na anterior campanha eleitoral”, acrescentando ser por isso que “nem sequer nos cartazes têm coragem de dar a cara porque sabem que a cara deles não convence ninguém”.

Mentem e mascaram contas públicas

No almoço-comício interveio também a cabeça de lista socialista pelo círculo de Setúbal, Ana Catarina Mendes, que acusou o Governo de “mentir” e “mascarar” as contas públicas.

“Mentira, mentira, mentira”, afirmou Ana Catarina Mendes, adiantando que se acumulam novas provas de o Governo ter “mascarado as contas públicas”.

A presidente da Federação de Setúbal do PS relembrou que a maioria PSD/CDS continua sem divulgar o seu programa e, “tal como aconteceu nas legislativas de 2011, Pedro Passos Coelho, Paulo Portas e Maria Luís Albuquerque continuam a fazer promessas falsas”.

“Dizem-se preocupados com os cortes nas pensões, mas negociaram esses cortes em Bruxelas. Dizem que têm as contas públicas controladas, mas têm-nas mascaradas para que os défices fiquem abaixo do estimado”, acrescentou.

Já o economista e candidato independente pelo PS, Paulo Trigo Pereira, sustentou que “quem quer defender o Estado social, a escola pública, a saúde e todas as conquistas de Abril, tem de apoiar o PS e lutar por esta alternativa. Caso contrário, teremos mais do mesmo ou pior”.

Povo português não é “paf”

Por sua vez, o ex-ministro socialista Jorge Coelho pegou no nome da coligação PSD/CDS, “Portugal à Frente”, para manifestar a sua convicção de que os portugueses não são “paf”, porque têm memória e lembram-se das políticas de austeridade.

“O povo português não é ‘paf’, porque não tem memória curta”, disse, lembrando que o atual Governo cortou salários na Administração Pública e pensões aos reformados, reduziu prestações sociais e aumentou o desemprego e a emigração.

“Pretendem passar tudo a zero. Mas não, os portugueses têm memória e não vão esquecer-se do que fizeram o PSD/CDS e sabem que o programa é o mesmo que conduziu o país à atual situação”, disse.

Na sua intervenção, Jorge Coelho alertou, também, contra as consequências do “desperdício” de votos em outras forças políticas à esquerda do PS e elogiou a postura do Secretário-geral do PS.

“António Costa não mente. Hoje, essa é uma extraordinária caraterística na vida política”, sublinhou.