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Portugal precisa de um Governo de cultura

Portugal precisa de um Governo de cultura

A arte e a ciência foram olimpicamente ignoradas por este Governo. Alterar este paradigma é essencial. Por isso, António Costa defende que Portugal precisa de um Governo de cultura que seja capaz de ajudar a retomar a autoestima do país.

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Portugal precisa de um Governo de cultura

O Secretário-geral do PS defendeu ontem num almoço em Lisboa com centenas de agentes culturais, uma parte importante da elite cultural portuguesa que levantou a voz contra as opções políticas assumidas nos últimos quatro anos neste sector, que mais importante do que o objetivo programático socialista de voltar a criar um Ministério da Cultura, “é Portugal ter um Governo de cultura que retome a autoestima do país”.

Numa intervenção com várias críticas à atuação do Governo de direita, PSD/CDS, sobretudo na área da cultura, António Costa definiu como prioridades de um Governo socialista, “a inovação, a criatividade e a ciência”.

Lembrou que depois de Portugal se ter “consumido anos a fio” com discussões sobre percentagens, taxas, economia e finanças”, está na hora de transmitir aos portugueses que um país “é antes de mais uma ideia de si próprio”, uma ideia, defendeu, que se “transmite de geração em geração e que se forma através da sua cultura”.

Para o líder socialista, para além de todos os danos que o Governo PSD/CDS causou ao país ao longo dos últimos quatro anos, o mais grave, como realçou, foi ter “destruído a autoestima dos portugueses”, garantindo que com o PS haverá um novo modelo de desenvolvimento, “não assente na precarização do trabalho e dos baixos salários, mas com apostas no conhecimento e na inovação”.

Antes de António Costa discursar, fizeram breves intervenções alguns dos agentes culturais presentes neste almoço, tendo a artista plástica Joana Vasconcelos afirmado acreditar que um Governo liderado por António Costa avançará mesmo com a promessa de criar um Ministério da Cultura forte, “ com ministro e orçamento”, reconhecendo que o PS já deu mostras suficientes que vai mesmo investir com “seriedade na cultura e na ciência”

Coube contudo a Pilar del Rio, viúva de José Saramago, a intervenção mais aplaudida, quando a certa altura da sua intervenção, apelou à concentração do voto nos socialistas.

Também o conceituado arquiteto Carrilho da Graça defendeu que Portugal precisa de um “Governo solidário e patriótico”, alertando para a “indispensável mudança de políticas no país”, aconselhando também o voto em António Costa.

Presenças de peso

Foram muitas as personalidades da cultura que se mobilizaram no apoio a António Costa. Da área da música estiveram presentes os fadistas Camané, Carlos do Carmo e Gisela João, João Gil, António Vitorino de Almeida, Ruy Vieira Nery e o também artista plástico Manuel João Vieira.

Da área do cinema e do teatro marcaram presença Maria do Céu Guerra, António-Pedro Vasconcelos, Joaquim Leitão, Vítor de Sousa, Carlos Fragateiro, Diogo Infante, Cláudia Borges, Io Apolloni, Helena Isabel, José Wallenstein e Sílvia Rizzo.

Entre figuras das artes e gestores culturais, destaque para Júlio Pomar, Abílio Leitão, Alexandre Melo, Mega Ferreira, José Manuel dos Santos e Simoneta Luz Afonso. Já em relação à arquitetura, design e escrita, compareceram o ensaísta Eduardo Lourenço, Alice Vieira, a historiadora Irene Pimentel, Helena Vieira, Fernanda Fragateiro, Leonor Xavier, Henrique Cayatte e Augusto Cid.

Todos foram unânimes em considerar que a arte, a cultura e a ciência são áreas fundamentais para o crescimento do país e que só o PS e António Costa estão preparados para inverter o atual paradigma de marasmo imposto pela direita nesta legislatura.